Porto Alegre, 17 de abril de 2015 – O setor agropecuário, ao longo dos
últimos anos, tornou-se um setor estratégico para a economia brasileira e,
segundo previsões de especialistas, mais uma vez deve segurar o Produto Interno
Bruto (PIB) do País e continuar em franco crescimento, apesar das
adversidades, como mudanças do clima, degradação do solo, dificuldades de
concessões de crédito, especialmente para pequenos e médios produtores
rurais, entre outras.
“O agronegócio é a tábua de salvação da economia do País e ainda
será a grande mola propulsora deste desempenho em 2015. Responsável por 23% do
PIB nacional, o agro deve ser o único segmento com elevação mais expressiva
neste ano, se compararmos já com os resultados apresentados no primeiro
trimestre das indústrias e do setor de serviços. Ambos se apresentam
estagnados ou até mesmo em queda”, analisa o diretor da Sociedade Nacional de
Agricultura Hélio Sirimarco.
“A renda agrícola passou de R$ 257 bilhões em 2004, para perspectiva de
R$ 481,6 bilhões em 2015, maior nível desde 1990. As exportações saltaram
de US$ 20 bilhões em 2000, para praticamente US$ 100 bilhões nestes últimos
anos. Com isso, a agricultura brasileira passou por algumas transformações que
merecem destaque, entre elas, o aumento do custo de produção, da demanda
doméstica”, salienta o diretor da SNA.
Na opinião dele, como prevalece as perspectivas de resultados negativos
para a economia em 2015, é esperado que não haja fortalecimento da demanda
doméstica, principalmente por causa da alta da inflação e do provável
aumento do desemprego. Isto porque o salário médio da economia, provavelmente,
seguirá a atual trajetória de queda neste ano.
“O mercado externo tem sido determinante para o agronegócio, fundamental
para o comportamento dos preços do agronegócio brasileiro, até porque
absorve os excedentes de produção. Como os principais produtos do agronegócio
são vendidos lá fora (commodities), seus preços dependem dos valores
praticados em dólares e da taxa de câmbio internacional. As quantias em
dólares das commodities agropecuárias, com destaque para os grãos e o
açúcar, tendem a cair.”
INFRAESTRUTURA E LOGISTICA
Carregando praticamente a economia brasileira “nas costas”, Sirimarco
descarta possível colapso do agronegócio nacional. Apesar do atual déficit no
setor de infraestrutura e logística e os investimentos correndo a passos mais
lentos, ele confia que os recursos vão ser disponibilizados e ainda afirma que
os investimentos estão sendo feitos.
“Existem vários programas disponíveis, como o do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiamento da construção de
mais armazéns e silos no País. Para a linha de crédito rural (o Custeio
Antecipado), com antecipação dos valores limites para a próxima safra e a
manutenção das taxas de juros atuais, a Caixa Econômica Federal, por exemplo,
disponibilizou R$ 2,1 bilhões para o segundo trimestre de 2015”, informa.
Reafirmando seu otimismo quanto ao futuro do agro no País, Sirimarco
destaca as declarações feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre os
valores que serão informados, em breve, para o Plano Safra 2015/16.
Segundo o ministro Levy, o Plano Safra 2015/2016 será anunciado com
realismo, numa indicação de que o crédito rural para a próxima safra será
ofertado em condições condizentes com o ajuste fiscal, com menos subsídio por
parte do Tesouro Nacional.
Segundo palavras do ministro, “estamos no meio de um período de ajuste e
reequilíbrio muito importante para criar base para voltarmos a crescer e
vários setores estão sendo afetados. O setor da agroindústria é menos
afetado. Mas é muito importante realismo de preços e realismo nos juros”,
reforça.
EXPORTAÇÕES
“No ano passado, nossos portos movimentaram algo em torno de 139 milhões
de toneladas somente com a exportação de açúcar, café, carnes, grãos,
produtos florestais e demais bens embarcados pelo agro. Em torno de 48% dos
embarques foram só de soja em grão e milho, o que significou aproximadamente
66,3 milhões de toneladas”, aponta o diretor da SNA.
Diante do cenário, ele destaca que esta concentração ainda excessiva
levou o governo a desenvolver um plano de ação para evitar o acúmulo de filas
de caminhões nas áreas próximas aos portos e o que pode ou poderia ocasionar
atrasos nos carregamentos dos navios, “o que vinha gerando despesas
crescentes com demurrage (nome técnico para a sobrestada dos navios em portos),
que tornavam as vendas externas do setor mais dispendiosas”.
Em relação a outros setores da economia nacional, Sirimarco diz que,
indiretamente, por ser importante gerador de divisas estrangeiras, respondendo
por quase 40% do faturamento das exportações nacionais e grande responsável
pelos superávits comerciais do País, “o agro poderá abrir espaço para o
crescimento dos demais setores, que são bastante dependentes das importações,
portanto, das divisas que o setor agropecuário gerar”. Com informações da
assessoria de imprensa da SNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45