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AGRONEGÓCIO: Setor responde por 1/3 das exportações do país no 1º trimestre

5 de abril de 2016
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Porto Alegre, 5 de abril de 2016 – Dados divulgados pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na última sexta-feira
(1/4), mostram que, no primeiro trimestre de 2016, o Brasil obteve superávit de
US$ 8,4 bilhões na balança comercial, aumento de US$ 13,9 bilhões em
relação ao déficit apresentado no mesmo período do ano passado.

Esse resultado está relacionado à queda de 33,4% das importações, que
somaram US$ 32,2 bilhões no período, mas também à retração de 5,1% nas
exportações, que chegaram a US$ 40,6 bilhões no primeiro trimestre de 2016.
Foi a menor corrente de comércio para o período, desde 2010, US$ 72,8
bilhões, queda de 20,1%, em relação ao mesmo trimestre de 2015, demonstrando
desaceleração no comércio brasileiro.

No primeiro trimestre de 2016, os 10 principais produtos exportados
renderam ao Brasil US$ 17,4 bilhões, 42,8% do valor total. Dentre esses, oito
são do agronegócio. Juntos, esses itens tiveram vendas externas de US$ 13,4
bilhões e participação de 33,1% nas exportações totais brasileiras. Assim,
a balança comercial do primeiro trimestre contou com expressiva contribuição
dos produtos agropecuários, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA).

No período, os destaques do agronegócio nas exportações foram: soja em
grão, com US$ 3,8 bilhões (crescimento de 46,1%), aparecendo como o principal
produto nos embarques totais do Brasil; milho em grão, que teve receita de US$
2,0 bilhões (crescimento de 110,7%), sendo 3 colocado na pauta; celulose, com
vendas de US$ 1,5 bilhão ( crescimento de 13,4%) em 5 lugar na lista, e
carne bovina, com US$ 1,1 bilhão ( crescimento de 11,4%) na 10 posição.
Para esses produtos, houve crescimento no valor exportado na comparação com o
primeiro trimestre de 2015.

A expectativa do mercado para 2016 é a continuidade de um Real
desvalorizado em relação ao dólar, o que contribui para a competitividade dos
produtos brasileiros no mercado internacional.

O aquecimento das exportações de carne bovina no primeiro trimestre de
2016 está relacionado à elevação dos preços da proteína no mercado
doméstico, que diminui a demanda interna pelo produto e ao fator câmbio,
incentivando as exportações. No ano, o indicador do boi gordo
ESALQ/BM&FBovespa – estado de São Paulo – subiu 5,8%, encerrando o mês de
março em US$ 43,8 por arroba.

A reabertura de mercados – China, Arábia Saudita e Irã – para carne
bovina brasileira in natura, ocorrida em 2015, também estimula as vendas
externas do produto. Outros fatores devem continuar a impulsionar as
exportações de carne bovina em 2016.

No início deste ano, foram habilitados mais cinco frigoríficos de carne
bovina para exportação para a China, totalizando 16 frigoríficos. Segundo o
Rabobank, em 2015, a China aumentou em 60% suas importações totais de carne
bovina, que alcançaram 473 mil toneladas.

Os números mostram que, apesar da desaceleração econômica chinesa, este
seguirá sendo um potencial mercado para essa proteína em 2016, uma
oportunidade que deve ser explorada pelos produtores agropecuários brasileiros.
Outro fato bastante aguardado pelo Brasil para alavancar as exportações de
carne bovina é a expectativa de abertura do mercado norte-americano, que deve
ocorrer ainda no primeiro semestre desse ano.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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