Porto Alegre, 31 de agosto de 2017 – O mercado de controle biológico está
vivenciando sua quarta revolução e o Brasil é um dos líderes dessa etapa,
ao atender grandes culturas em complementação ao uso de defensivos químicos
tradicionais. Na visão do pesquisador em Manejo Integrado de Pragas, Alexandre
de Sene Pinto, palestrante no evento, a aplicação de defensivos biológicos
deve alcançar 15 milhões de hectares tratados no país neste ano, considerando
o número total de aplicações de produtos por área coberta. O setor tem
crescido, em média, entre 16% e 20% ao ano, disse o consultor durante o Fórum
Brasileiro de Defensivos, promovido pela ABC Bio – Associação Brasileira das
Empresas de Controle Biológico e pela Informa Agro, em São Paulo, nesta
quarta-feira (30).
Entre os estados que mais utilizam os biodefensivos estão São Paulo,
Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. Produtos à base do fungo Trichoderma sp
são os mais aplicados, com volume superior a cinco milhões de hectares
tratados, ainda segundo Pinto. Essa expansão foi possível graças aos avanços
na tecnologia de produção, manejo e à adoção de inovações. “Em
macrobiológicos, por exemplo, atualmente os drones são responsáveis por 35%
da aplicação de 1,7 milhão de hectares de Trichogramma galloi. O avião ainda
é o meio mais comum, com 50%”.
O consultor trouxe ainda uma pesquisa que mostra as razões pelos quais os
produtores rurais adotam os produtos de controle biológico: 29% afirmaram ser
pela ineficácia de agrotóxicos e transgênicos. Outros motivos são:
proibição de alguns agrotóxicos e o surgimento de novas pragas. “Apenas 2%
aplicam o produto por consciência ambiental, o que mostra que a questão da
rentabilidade ainda é mais forte”.
Por outro lado, ele também ressaltou as barreiras para um avanço ainda
maior dos biodefensivos, sendo que 51% delas estão ligados à falta de
informações sobre a tecnologia. “Uma mudança forte de paradigma seria a
inclusão obrigatória em universidades com curso de Ciências Agrárias de uma
disciplina de Tecnologia de Aplicação de Biodefensivos”, ponderou Pinto.
Para Glenio Martins de Lima Mariano, presidente da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), esse
desconhecimento é uma realidade e precisa ser trabalhado de forma que a
disseminação da informação alcance todos os agricultores. “Os agentes
biológicos têm grande potencial de crescimento, mas em nosso universo
(pequenos produtores rurais), são poucos os que possuem o domínio dessa
tecnologia”, afirmou.
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50