Porto Alegre, 8 de novembro de 2017 – A Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) e o Instituto Pensar Agropecuária (IPA) divulgaram um
documento que pede ao governo brasileiro a inclusão de pontos considerados
“imprescindíveis” nas negociações entre Mercosul e União Europeia para a
conclusão do acordo comercial entre os dois blocos.
As duas entidades defendem que qualquer decisão sobre barreiras
sanitárias e fitossanitárias leve em conta a prevalência da ciência e da
análise de risco, além de outros tópicos referentes a questões sanitárias.
Outra demanda se refere ao desenvolvimento sustentável. CNA e IPA querem
uma cláusula que evite a interferências nas políticas ambientais e
trabalhistas de um bloco sobre o outro e solicitam também a inclusão dos
Limites Máximos de Resíduos (LMRs) e dos temas de biotecnologia no capítulo
de SPS.
O último ponto faz alusão ao diálogo sobre concessões em Indicações
Geográficas (IGs) com a participação do setor privado para inserir o uso de
termos genéricos para produtos agropecuários, como os lácteos.
“São pontos bastante delicados que ainda estão pendentes nas
negociações e precisam ser sintonizados. Geram preocupação especialmente as
questões que podem resultar no fechamento desse importante mercado para
produtos brasileiros no médio ou longo prazo”, diz o documento.
Ainda no texto, as duas entidades se mostram confiantes na conclusão de um
acordo “justo, ambicioso e equilibrado” entre sul-americanos e europeus e
que o mesmo terá benefícios para os setores de proteína animal, grãos,
frutas, alimentos processados e bebidas, entre outros segmentos que enxergam
grandes oportunidades na UE.
“O mercado europeu é o nosso segundo principal destino, com mais de 500
milhões de consumidores de relevante poder aquisitivo. Mais do que nunca
precisamos que as nossas exportações tenham acesso sólido e crescente a esse
mercado, e a conclusão do acordo de forma responsável é chave para essa
missão”, finaliza o texto.
CNA e IPA ganharam o apoio de algumas entidades do agronegócio. Até
agora, assinaram o documento: Associação das Empresas de Biotecnologia na
Agricultura e Agroindústria (Agrobio); Associação Brasileira de Laticínios
(Viva Lácteos); Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
(Abiec); União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Única); Associação
Brasileira dos Defensivos Genéricos (Aenda); Associação Nacional dos
Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR); Associação Brasileira do
Agronegócio (Abag), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e
Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Com informações da
assessoria de comunicação da CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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