Porto Alegre, 6 de abril de 2017 – Dando continuidade a uma sequência de
anos positivos, a indústria brasileira de fertilizantes especiais projeta, para
2017, um faturamento bruto de aproximadamente R$ 7,1 bilhões, o que
representará, caso se confirme, uma expansão de 23% sobre os R$ 5,8 bilhões
faturados no ano passado.
A projeção foi feita por Anderson Ribeiro, diretor de Comunicação
Social da Abisolo – Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em
Nutrição Vegetal, em palestra durante a VII edição do Fórum e Exposição
Abisolo, promovida pela entidade, em Campinas/SP, e que se encerra nesta quinta
(6). O indicador faz parte de uma ampla pesquisa encomendada pela associação.
O dirigente da entidade faz, no entanto, algumas ressalvas em relação ao
crescimento projetado. “É importante ressaltar que, do final do ano passado,
quando foi feito o levantamento sobre as expectativas dos empresários, para o
atual momento, houve uma piora na percepção do mercado em razão de alguns
fatores: queda nos preços de soja e milho (quase 20% de redução); certa
dúvida com relação ao crédito e incertezas no cenário político”, comenta
Ribeiro. Apesar disso, é notória a sequência de bons resultados, uma vez que
de 2016 em relação a 2015, o segmento cresceu 12%, depois de ter tido
evolução de 13%, de 2014 para 2015.
Em sua explanação no Fórum Abisolo, o dirigente da associação destacou
ainda outros pontos relevantes da pesquisa, que confirmam o potencial de
expansão da indústria de tecnologia em nutrição vegetal. Basta ver que o
total de empregos das indústrias de nutrição vegetal foi estimado ano passado
em 17.000 postos de trabalho, representando um crescimento de 18% num país que
bate recordes negativos de desemprego. “E trata-se de emprego qualificado”,
acrescenta Ribeiro. Segundo explica, ter profissionais especializados é
decisivo para a venda de fertilizantes especiais. “Nosso técnico faz mais do
que vender. Ele leva informação técnica para o produtor, agregando
conhecimento ao agronegócio. Muitas vezes, ele gasta até 50% de seu tempo
esclarecendo o agricultor sobre as formas de aplicar os produtos”, acrescenta
Ribeiro.
A pesquisa constatou ainda que o segmento de nutrição vegetal é um dos
que mais investe em pesquisa e desenvolvimento. “O levantamento mostrou que
nossa indústria investe 5% do seu faturamento em P&D, o que equivale a R$ 290
milhões de investimento anual. Há segmentos, como o de fertilizantes
orgânicos e organominerais, nos quais a taxa de investimento chega a 6%”,
informa Ribeiro.
A pesquisa foi feita com base nas informações fornecidas por cerca de 150
empresas, de um total de 459 registradas no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento e com atividade confirmada durante a fase inicial do
levantamento. Essas empresas possuem 565 unidades produtoras espalhadas pelo
país – 41% delas estão concentradas no Estado de São Paulo; a maioria
possui em média 15 anos de atividade – apesar de haver um bom número de
empresas jovens e também companhias consolidadas no mercado -; 55% delas
faturam até R$ 5 milhões – embora haja casos de empresas com receitas
superiores a R$ 300 milhões, o que mostra a grande diversidade do segmento. Das
empresas pesquisadas, 230 atuam com fertilizante organominerais, 207 com
fertilizante foliar, 189 com orgânico, 92 com condicionador de solo e 28 com
substrato para plantas. Em termos de culturas, os produtos do segmento são
aplicados em soja (45%), milho (13%), frutas, legumes e verduras (11%) e o
restante distribuídos nas demais culturas. Por fim, em relação ao descarte de
embalagens, o levantamento mostrou que 66% das indústrias do segmento não
possui destinação adequada para as embalagens depois que seus produtos são
aplicados. Tal constatação motivou a Abisolo a implementar um projeto piloto,
em parceria com o inpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias para iniciar um processo de coleta e destinação apropriada das
embalagens do segmento.
O Fórum Abisolo prosseguirá nesta quinta-feira (6), a partir das 9hs, com
a palestra CETESB – Política Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos,
proferida pelo engenheiro Alfredo Carlos Cardoso Rocca. Em seguida, o engenheiro
agrônomo Hideraldo Coelho, coordenador do Departamento de Fiscalização de
Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, trata das Principais Alterações nas Instruções Normativas e
suas Consequências para o Setor.
Haverá também uma palestra especial que ficará a cargo do chefe-geral da
Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Augusto Boechat Morandi, e que abordará o tema
Papel da Inovação nos Próximos Passos da Agropecuária Brasileira. Na
sequência, o consultor Marcos Fava Neves, da Markestrat, falará sobre
Perspectivas para o Mercado Agrícola Brasileiro e Global.
No fechamento do evento, o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli,
atual presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho),
proferirá a palestra Tendências para o Seguro Agrícola e Crédito Rural. Em
seguida, o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim,
falará sobre O Papel dos Estados no Desenvolvimento da Agricultura Nacional.
Encerrando o evento, será promovido um debate que terá a mediação do
consultor Ivan Wedekin, diretor da Wedekin Consultores. As informações partem
da assessoria de imprensa da VII edição do Fórum e Exposição Abisolo.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 22/05/2025 09:15