Porto Alegre, 7 de outubro de 2019 – A produtividade é o principal fator
de estímulo ao crescimento da agropecuária brasileira nos últimos 43 anos. No
período de 1975 a 2018, o setor cresceu, em média, 3,36% ao ano. Essa taxa é
superior à de países como Argentina, Austrália e China. A média histórica
dos Estados Unidos (1948-2015), por exemplo, é de 1,38%.
O estudo da Produtividade da Agricultura Brasileira, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostra que o produto da agropecuária
teve incremento de 3,81% e o de insumos, 0,44%, no período analisado.
Os ganhos de produtividade vieram, principalmente, dos investimentos em
pesquisa, da adoção de novos sistemas de produção, das melhorias em
infraestrutura, incluindo estradas e escoamento da produção para o exterior
por portos do Norte do país e aumento da capacidade portuária de Paranaguá
(PR) e Santos (SP), e instrumentos adequados de política agrícola.
De acordo José Garcia Gasques, coordenador-geral de Avaliação de
Políticas e Informação, da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, a
melhoria da produtividade no campo está associada, em especial, à mão de
obra mais qualificada e à eficiência no uso de máquinas e implementos, com
ganhos de qualidade e treinamento para a realização das operações. A
produtividade nos anos recentes, principalmente, no período 2000-2009, teve um
desempenho considerado favorável, de 3,8% ao ano e o produto, 5,18% a.a.
No entanto, nos últimos cinco anos (2014-2018), o crescimento desacelerou
devido a fatores climáticos, como secas que afetaram principalmente a
produção de grãos. Destacam-se os anos de 2016 e 2018, quando as safras de
arroz, milho e algodão foram fortemente afetadas. O desempenho econômico foi
outro fator que forçou o baixo crescimento.
“É possível que a produtividade desse período também foi afetada pela
complexidade associada a uma escolha ótima de insumos. Isto também pode ser
aceito sabendo que esse período [2014-2018] foi um período difícil de uma
maneira geral, inclusive pelo baixo crescimento da economia brasileira nesses
anos”, explica Gasques.
O estudo foi atualizado e incorpora informações preliminares do Censo
Agropecuário 2017, informações das pesquisas anuais do IBGE – Produção
Agrícola Municipal e Pesquisa da Pecuária Municipal, o que permite maior
precisão das estimativas.
O coordenador ainda destaca que as estimativas são feitas com base na
Produtividade Total dos Fatores (PTF), que é a relação entre o produto da
agropecuária (lavouras perenes e temporárias, a produção animal, leite, mel,
seda e casulo, além dos abates de animais bovinos, suínos e de aves) e os
insumos (mão de obra, terra de lavoura e de pastagem, fertilizantes,
defensivos, máquinas e implementos). O índice é abrangente e permite a
comparação dos índices de produtividade entre países.
O estudo teve a participação da Secretária de Política Agrícola do
Mapa, da Embrapa, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea/USP) e uso de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA, sigla em inglês). Com informações da assessoria de imprensa do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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