Porto Alegre, 10 de maio de 2022 – Com o objetivo de divulgar iniciativas
e discutir desafios enfrentados pela cotonicultura brasileira, em âmbito
nacional e externo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão
(Abrapa) e a Better Cotton reuniram pesquisadores, representantes de
instituições, de governo e órgão público, em um fórum para responder com
maior eficiência às demandas do setor produtivo algodoeiro. A atuação do
grupo visa facilitar a integração entre as áreas para que uns conheçam a
operação dos outros, estimulando a condução de trabalhos interinstitucionais
focados nos principais desafios e com divulgação internacional.
Durante o primeiro encontro do GT, que se realizou virtualmente na
quarta-feira (27), o tema foi o monitoramento das principais pragas e doenças
das lavouras. Bahia e Mato Grosso apresentaram os respectivos sistemas de
monitoramento agrícola e fitossanitário, em curso, nas lavouras da região e
coube aos participantes apresentarem resumidamente suas linhas de pesquisa, as
ações implantadas e os principais resultados alcançados.
O pesquisador da Embrapa, Júlio Bogiani, apresentou o Monitora Oeste,
ferramenta desenvolvida com tecnologia de ponta para monitorar o território de
problemas fitossanitários. O aplicativo foi uma demanda da Associação Baiana
dos Produtores de Algodão (Abapa) junto à empresa com o intuito de gerar
alertas do avanço da mancha de ramulária do algodoeiro sobre as lavouras do
Oeste da Bahia. Os resultados, segundo Bogiani, se mostram eficientes para o
controle de pragas. A ferramenta armazena e organiza informações sobre o tipo
de doença na lavoura, onde ela ocorre com maior incidência (por municípios,
por exemplo), entre outros dados, e auxilia na tomada de decisões dos
produtores. O Monitora Oeste é de uso gratuito, basta se cadastrar no software
e o usuário receberá no celular IOS ou Android notificações sobre as
ocorrências da doença na região. De a cordo com Bogiani, as informações
estão em constante atualização no sistema.
O Mato Grosso usa ferramenta semelhante para o acompanhamento das lavouras
contra pragas. Os pesquisadores do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMamt),
Guilherme Rolim, e Jacob Crossariol, apresentaram resultados positivos
relativos ao monitoramento e controle do bicudo-do-algodoeiro. Os dados levam em
consideração os estudos realizados desde a safra 2012/2013. Uma das ações
para garantir a solução para o problema está na mobilização de equipes de
monitoramento de armadilhas nas propriedades rurais, além da disponibilização
de um corpo de pesquisadores voltados efetivamente ao combate à praga. O
bicudo-do-algodoeiro é a principal doença da lavoura do algodão no Brasil e
atualmente é responsável por perdas de produtividade de até 75%, quando o
manejo não é realizado de maneira efetiva. “Fornecemos informações às
equipes, realizamos pesquisas semanalmente e redigimos alertas de praga que são
enviados via Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e
aplicativos de mensagens, para que assim possamos discutir estratégias para o
manejo do bicudo”, explica, acrescentando que o trabalho de verificação da
resistência de outras pragas também é feito na região.
A próxima reunião do GT se realizará no mês de julho e a intenção é
avançar nas discussões sobre a cultura algodoeira e o combate às doenças. As
reuniões serão trimestrais e se estenderão até 2023, quando será publicado
o Manual de Manejo Integrado de Pragas e Doenças do algodão brasileiro,
atualizado. Ao todo, serão sete encontros virtuais com duração de duas horas,
onde se pretende abordar temas como: variedades e resistência das pragas, uso
de produtos biológicos, métodos de aplicação, registro de novos pesticidas e
controle de pragas, ervas e doenças. O vice-presidente da Abrapa e coordenador
do grupo de sustentabilidade da entidade, Alexandre Schenkel, destaca a
importância das discussões sobre o tema para melhorar a competitividade do
algodão brasileiro no mundo, mostrando os avanços da cotonicultura quando o
tema é sustentabilidade. Segundo ele, é uma excelente oportunidade para
promover o encontro da comunidade científica e técnica das diferentes regiões
e com isso estimular a troca de experiências e de soluções tecnológicas.
O diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero, espera que o documento
atualizado sobre Manejo Integrado possa servir de subsídio aos produtores do
País. “O maior desafio de produzir algodão é manejar pragas e doenças que
afetam as lavouras em um ambiente tropical”.
Álvaro Moreira, Gerente Sênior de Programas e Parcerias com Grandes
Fazendas da Better Cotton, destacou os dez anos de parceria estratégica com a
Abrapa e os avanços e as necessidades no uso de boas práticas de manejo
integrado de pragas e doenças. “Vamos ser parceiros para discutir os desafios
e disseminar boas práticas em toda a cadeia têxtil, seja no Brasil, seja no
exterior, conectando os produtores e parceiros à crescente demanda de toda a
sociedade internacional por mais rigor em critérios de sustentabilidade”. As
informações são da Abrapa.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45