Suinocultura

Ano deve encerrar em alta para setor de proteína animal no Brasil

13 de dezembro de 2019
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O ano fechará em alta para os produtores de aves e suínos no país. Depois de três trimestres de forte retomada, os últimos meses de 2019 devem manter o patamar elevado na produção e exportação. Isso é o que indica a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em coletiva à imprensa, na manhã desta quinta-feira (12), o presidente Francisco Turra e o diretor-executivo da entidade, Ricardo Santin, detalharam os números e projetaram 2020.

Turra definiu o ano como “extraordinário”. “Temos de comemorar. Depois de quatro anos difíceis, reagimos e estamos fechando 2019 em alta. Em dezembro de 2018, por exemplo, estávamos cheios de dúvidas. Havíamos registrado queda em produção, exportação e consumo. Hoje, observamos que tivemos um ano diferente, melhor, de estabilização”, definiu o presidente da ABPA.

O impacto na expansão das vendas para o exterior esteve diretamente ligado à crise de peste suína africana que assola a Ásia. A crise sanitária no continente resultou na elevação das importações de carnes de frango e suínas brasileiras. “O fato novo para nós foi a entrada fortíssima da China, que ampliou em 28% a comercialização de carnes de frango e é responsável por 14% das nossas vendas. Em relação à carne suína, o aumento das exportações brasileiras para a China foi de 51%”, salientou Turra.

Em relação a 2020, as perspectivas são ainda mais positivas. “Toda a proteína animal terá um mercado excepcional nos próximos anos. O Brasil é uma das reservas da produção de alimentos do mundo”, frisou. Mesmo com a tendência de incremento nas exportações de carnes de frango e suína, o consumo interno deve se manter aquecido. “O nosso mercado principal ainda é o brasileiro”, sublinhou.

As previsões de Turra guiaram a manifestação do diretor-executivo e futuro presidente da entidade, Ricardo Santin. “Os sinais que recebemos da China mostram que a crise de segurança alimentar chinesa deve durar. Estamos prevendo um aumento na produção porque, de fato, serão abertos espaços para comercialização em toda a Ásia”, explicou.

Para Santin, além de reforçar as relações comerciais com a Ásia, a ABPA deve expandir mercados. “Vamos buscar fortalecer os parceiros e abrir novos espaços para exportação”, comentou.

A expectativa da entidade é fechar 2019 com aumento de 2,3% na produção de carne de frango, passando de 12,85 milhões de toneladas, em 2018, para 13,15 milhões de toneladas neste ano. Puxadas pela China, as exportações devem registrar aumento de 2,4% e alcançar 4,2 milhões de toneladas até o final do ano. O consumo interno, da mesma forma, vem crescendo: passará de 41,7 toneladas para 42,6 toneladas – variação de 2,2%.

As projeções para a carne suína são otimistas.  A produção deve ter alta de 1% a 2,5%, podendo superar as 3,97 milhões de toneladas de 2018 e chegar a 4,1 milhões de toneladas até o final de 2019. Mas a notícia mais promissora vem das exportações: o ano deve encerrar com alta de 14,5% de carnes embarcadas. O principal destino é a China, responsável por 32,7% do volume comercializado. Por outro lado, o consumo per capita terá retração de 1% a 2%.

A produção de ovos pode concluir o ano com 49 bilhões de unidades produzidas – o que representa uma elevação de 10% em relação às 44,48 bilhões de 2018. Parte significativa dessa produção está direcionada para o mercado nacional. Isso porque o consumo per capita deve crescer 9% até o final de 2019, evoluindo de 212 unidades para 230 unidades por habitante. Já as exportações tendem a reduzir até 32%.

Exportações impulsionam economia

Em receita, as exportações de carne de frango entre janeiro a novembro de 2019 tiveram uma variação positiva de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo das exportações subiu de 5,99 bilhões de dólares em 2018, para 6,36 bilhões de dólares, em 2019. Somente a Ásia é responsável por 34,3% das exportações brasileiras. A China desponta como a maior compradora, com 14% da fatia, seguida pela Arábia Saudita, com 11%, e Japão, com 10%. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são, respectivamente, os maiores exportadores.

Carne suína –  As exportações geraram 1,4 bilhões de dólares em receita, em 2019 entre janeiro a novembro de 2019, e registraram crescimento de 27,9%. Os valores superaram os 1,1 bilhões de dólares comercializados no ano passado. A China segue sendo o principal destino e representa 32,7% das vendas para o exterior, seguidos por Hong Kong, com 21,6%, e Chile, com 6,1%. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná despontam como os maiores exportadores brasileiros.

Otimismo para 2020

As estimativas para 2020 são ainda melhores. O próximo ano deve registrar crescimento na produção de carne de frangos entre 4% e 5%. Em volumes, os números podem atingir 13,7 milhões de toneladas. A comercialização para o exterior deve chegar um patamar de 4,5 toneladas – o que representaria um aumento de 3% a 6%. “Hoje, o Brasil tem condições de aumentar as exportações porque conta com alojamentos mais preparados a suportar o crescimento”, explicou Santin.

O cenário se repete para a produção de carne suína. A produção deve ter elevação e chegar na casa das 4,2 milhões de toneladas. As exportações, de acordo com a ABPA, tendem a repetir o desempenho desse ano e variar na casa dos 15% a 20%.  A expectativa é vender de 850 mil a 900 mil toneladas para o mercado externo em 2020.

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