Suinocultura

Artigo: Uma costelinha de porco, por favor!

25 de junho de 2014
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*Por Adeli Sell

Subsecretário do Parque Assis Brasil

Estava lotada a galeteria. Burburinho. Mesas próximas. Uma moça jovem lasca: “uma costelinha de porco, por favor!”. Além de educação, sabia pedir um corte de primeira que serviam à mesa neste local.

Para muitos pode ser estranha esta combinação típica nossa de galeto com carne suína, mas a verdade é que caiu no gosto de todos, da elegante moça que ouvia ao idoso que estava na mesa ao lado. Já vai longe o tempo do “porco de banha”, aquele que fez a riqueza de muitos aqui no Estado. Lembro que A.J. Renner começou produzindo banha no Vale do Caí para se tornar o capitão da indústria gaúcha e construir um império.

Com a abertura do mercado de carne suína no exterior, o aumento da renda interna, o atual nível de emprego, mesmo quem só ficava no rodízio de pizza optou por outro cardápio, o que tem levado as pessoas a consumir carne suína e de frango.

Mas os cortes não ficam apenas na costela ou no lombo que passa junto com “espeto corrido”. Já temos buffet com leitão assado, servido frio ou “a La Carte”, com cortes diferenciados e inovadoras combinações de temperos, com geleias e outros acompanhamos singulares.

O típico “eisbein” que praticamente só se servia em festa popular alemã já é comum na capital. Forte mesmo está a feijoada, com invernos prolongados utilizando partes do suíno e que fazem a delícia de quem é bom de prato a quem é mais contido à mesa. E feijoada com rabo, orelha e pezinho, junto com um sambinha, é de fechar o boteco.

A tendência é aumentar o consumo da carne suína, tanto na mesa do brasileiro, quanto nas mais distantes mesas do mundo afora, a exemplo do que já ocorre com os espanhóis, cubanos, mexicanos, russos e outros que comem bem mais carne de porco do que nós. E o consumo é ainda variado de região para região, mais no Sul do que no resto do país até porque concentramos a produção maior nos três Estados do Sul.

No Rio Grande do Sul devemos estar chegando a oito milhões e maio de abates por ano. Frederico Westpahlen chega perto dos 100 mil, é claro perdendo para a campeã das campeãs: Nova Candelária, que chega a 230 mil. Na produção primária vêm ocorrendo mudanças estruturais com aumento de escala, especialização e tendências relacionadas à crescente integração com a estrutura industrial de abate e processamento.

O produtor, hoje em dia, a bem da verdade, fica muito limitado ainda a um processo de integração com a grande indústria. Mas as associações municipais, o papel de incentivo de prefeituras, a organização dos produtores na Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul tem dado mais incentivo a qualquer produtor, integrado ou não. Ha espaço para o pequeno, o médio e o grande produtor.

Outrossim, a produção suína, bem como a de aves, hoje concentrada na chamada Metade Norte, representa um mercado cativo para a lavoura de milho do RS, logo é imperioso o incentivo a este plantio. Como temos uma melhora na seleção de grãos, aumento de produção por hectare plantado, tudo isto ajuda no processo de produção de carnes.

O Estado, através de políticas governamentais, tem que estar presente na produção de insumos, como deve incentivar pequenos e médios abatedouros. Mas cabe a uma Feira como a nossa Expointer – que tenho o prazer de dirigir neste ano – apresentar o produto final, os cortes de carnes, com atividades de gastronomia variadas.

E nosso objetivo é ao longo do ano criar mecanismos de divulgação da produção da carne suína, seus cortes múltiplos, suas imensas possibilidades de uso no consumo diário, numa parceria com o setor de restaurantes.

Queremos propor ainda para este ano um Festival da Carne Suína no Parque Assis Brasil, para um público consumidor de seu entorno que chega a quase um terço de sua população, para tornar a carne suína tão consumida e apreciada como o frango, esta junção que deu certo nas galeterias, como vimos a moça citada pedir “uma costelinha, por favor”.

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