O primeiro semestre foi marcado pelo preço do suíno em queda e o do frango em ascensão. No entanto, para ambas as proteínas, os custos de produção subiram. O milho, principal insumo utilizado na dieta, subiu ao redor de 70,0% desde o ano passado.
Mercado de suíno – O mercado de suíno no primeiro semestre do ano não foi fácil para o produtor.
Em média, no primeiro semestre o preço recebido pelo suinocultor em São Paulo foi 2,2% menor que em igual período do ano anterior. A cotação média no período foi de R$66,74/@ frente os R$68,24/@ registrados em 2015. Aliás, os preços não param de cair desde 2014, quando no primeiro semestre pagava-se R$ 68,79/@.
De lá para cá, enquanto diminui a cotação da arroba, já se vão mais de 20,0% de inflação.
Aliado a isso, os custos de produção estão subindo, com a alta nos preços do milho, principal insumo utilizado na alimentação.
Com a queda no preço do animal terminado e alta no preço do grão, a relação de troca para o suinocultor piorou. Em média, no primeiro semestre, com o preço de um quilo de suíno vivo foi possível adquirir 4,57 quilos de milho, redução de 42,7% na comparação com a média de 2015.
No atacado os preços também caíram, e a carcaça ficou cotada em R$5,31/kg frente os R$ 5,42/kg, em igual período de 2015.
Com relação aos abates, no primeiro trimestre de 2016 foram 10,06 milhões de cabeças abatidas, queda de 1,5% em relação ao trimestre anterior e alta de 9,6% em relação a igual período do ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As exportações têm ajudado no escoamento desta produção maior. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, até junho, o país embarcou 55,5% mais carne suína in natura, em relação a igual período de 2015.
Mercado de frango – A média de preço pago ao avicultor nas granjas paulistas nos seis primeiros meses de 2016 ficou 15,9% maior que em igual período do ano passado. A cotação média foi de R$2,70/kg.
Mesmo com os abates crescentes no primeiro trimestre, com 1,48 bilhão de cabeças (IBGE), alta de 7,1% em relação a igual período de 2015, o mercado vem conseguindo absorver bem a produção.
A crise econômica vivida pelo país levou o consumidor a aumentar a procura por proteínas “mais baratas” em relação à carne bovina e suína.
Na média do acumulado do ano, a carne de frango no atacado ficou 53,6% mais barata que o dianteiro bovino. Historicamente a diferença é de 31,4%.
As exportações também ajudaram no escoamento. Até junho, o volume embarcado de carne de frango in natura foi 14,7% maior que em igual período de 2015.
Considerações finais – Diante de um cenário econômico desafiador, a tendência é que o consumidor busque produtos que pesem menos no bolso.
Com isso, os preços do suíno e do frango no atacado tiveram valorizações de 3,1% e 7,0%, respectivamente, no primeiro semestre. Enquanto o traseiro bovino teve desvalorização de 20,4% e o dianteiro alta de 0,7%. Ou seja, as carnes “mais baratas”, em função da melhora na demanda, subiram de preço.
Com relação às exportações, o segundo semestre, comumente tem um maior volume de carne embarcada (veja na figura 3), o que pode dar sustentação ao mercado.
Porém, os custos de produção continuarão maiores este ano.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50