BIOCOMBUSTIVEIS: CBio já é um mercado de US$ 1 bilhão – BTG

Porto Alegre, 21 de junho de 2022 – Leia abaixo comentários do BTG
Pactual sobre o mercado de créditos de carbono do Brasil, os CBios.

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CBio já é um mercado de US$ 1 bilhão

O CBio, principal instrumento de crédito de carbono do Brasil equivalente a 1
tonelada de CO2, atingiu recentemente um preço recorde de R$ 156, ou US$ 30.
Considerando o atual mandato anual de compra de 36 milhões de unidades pelas
distribuidoras de combustível, isso coloca o mercado da CBio em R$ 5,6
bilhões, ou aproximadamente US$ 1,1 bilhão.

Com as discussões em andamento entre as autoridades brasileiras que podem
tornar os biocombustíveis menos competitivos até o final do ano (PLP18 e PECs
15 e 16), as chances são de que os preços da CBio voem ainda mais alto até o
próximo ano.

Os produtores de etanol/biodiesel agora recebem um aumento de preço extra de
5%/1,5%

Em média, os produtores de etanol hidratado emitem ~1,2 CBio para cada m3 de
etanol hidratado produzido. No caso do biodiesel, a média fica em torno de
0,85 CBio por m3. Com os preços atuais do etanol hidratado e do biodiesel de R$
3.170/m3 e R$ 7.225/m3 respectivamente, estimamos que os produtores de etanol e
biodiesel obtenham um aumento de preço extra de 5% e 1,5%, respectivamente,
supondo que eles vendam o respectivo CBio ao mesmo tempo que vendem o
biocombustível produzido. O valor ainda não foi desbloqueado pelos produtores
de biocombustíveis.

Com base no mandato de aquisição mais recente da CBio, os distribuidores de
combustível devem comprar 36 milhões de CBios este ano e 42,4 milhões no
próximo ano antes de atingir 90,7 milhões em 2030. Em média, a produção de
etanol está associada a ~85% do todos os CBios emitidos, enquanto a produção
de biodiesel representa os outros ~15%.

Assumindo a mesma proporção para cada produtor de etanol e biodiesel sob
nossa cobertura (Raízen, São Martinho, Adecoagro, Jalles Machado e 3tentos),
poderíamos estar olhando para um aumento incremental de EBITDA e VPL em 2023 de
5% e 13%, respectivamente, em média, em toda a nossa cobertura. Acreditamos
que os investidores estão negligenciando não apenas o potencial de criação
de valor do CBios, mas também como o mercado CBios aumenta a visibilidade de
longo prazo dos preços e margens, apesar de todo o ruído associado aos preços
dos combustíveis.

Atualizando nossa previsão de preço da CBio: há mais vantagens no médio
prazo

Atualizamos nosso modelo de precificação proprietário da CBio com base no
mix de ciclo otto recente e mix histórico de etanol e gasolina e elasticidade
de preço. Nosso valor justo para CBio em 2022 está fixado em R$ 139 (US$ 28,
11% abaixo do spot), mas sobe para R$ 232 (US$ 45) no próximo ano com base na
demanda esperada de 42 milhões de CBios. Igualmente importante, estimamos a
atual capacidade de emissão de CBio no Brasil com base na atual capacidade
máxima de produção de etanol e biodiesel de apenas 54 milhões de unidades
por ano (e isso é uma recuperação da produção de cana e um mix máximo de
etanol), aumentando ainda mais os preços nos próximos alguns anos à medida
que a demanda supera a oferta. Nosso preço de longo prazo da CBio para 2030
está previsto em R$ 430 (US$ 73), assumindo um crescimento de demanda do ciclo
otto de 2% ao ano e uma participação de longo prazo de etanol de 55% (contra
37% atualmente).

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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