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‘-CACAU: BAHIA DEVE PROMULGAR MEDIDA QUE REGULAMENTA CULTIVO DA “CABRUCA”

30 de maio de 2014
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SAFRAS (30) – O Estado da Bahia deverá publicar, no dia 2 de junho, um
decreto ambiental que regulamenta o manejo do sistema agroflorestal conhecido
como “cabruca” – cultivo de cacau feito à sombra de árvores. A Bahia é o
maior produtor nacional de cacau e grande parte da produção da amêndoa no
Estado é realizada em consórcio com espécies florestais. Segundo o
secretário de Meio Ambiente do Estado, Eugênio Spengler, o decreto vem sendo
consolidado há um ano com base nas definições da cabruca previstas no Código
Florestal e na Lei da Mata Atlântica.
Será reconhecido como cabruca qualquer cultivo de cacau consorciado com
sombreamento que tiver 20 “indivíduos nativos de cobertura” (árvores, não
necessariamente uma por espécie). Mas só será permitido o corte de um
“indivíduo” nativo quando houver a partir de 40 deles na área de cultivo,
diz Spengler. Espécies raras e ameaçadas de extinção não podem ser
retiradas. E para cada árvore cortada, deverão ser cultivadas três em áreas
degradadas.
Há uma série de critérios para a extração das árvores que fazem
sombra aos cacaueiros. E o produtor precisará fazer um plano de manejo que
terá de ter a aprovação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do
Estado (Inema), diz Spengler.
O decreto também prevê o rastreamento eletrônico das árvores retiradas
para evitar desmatamento ilegal, além de autorizar o cadastro das áreas de
cabruca como cotas de reserva ambiental que poderão também ser usadas como
compensação dos passivos de reserva legal. Dentre os principais Estados
produtores de cacau, só o Espírito Santo autorizou, por meio de instrução
normativa no início deste ano, computar o “cacau cabruca” como área de
reserva legal.
Estima-se que já existam 550 mil hectares de cacau em sistema de cabruca
na Bahia. Spengler diz que a cabruca está inserida no bioma da Mata Atlântica
– embora não seja essa vegetação, tem o papel ambiental de contribuir para a
reprodução de espécies nativas do bioma.
O manejo da cabruca, por sua vez, poderá gerar um fluxo financeiro anual
de R$ 3,3 bilhões com a venda de resíduos florestais. Guilherme Galvão,
presidente da Associação de Produtores de Cacau (APC), afirma que, com isso,
os agricultores ganham fôlego para pagar suas dívidas, já que suas rendas
poderão subir cerca de R$ 12 mil por hectare. As informações são do Valor
Online, divulgadas pela CNA.

(CS)

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