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CAFÉ: Associação com fungos propicia plantas maiores e mais resistentes a pragas

24 de março de 2023
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Porto Alegre, 24 de março de 2023 – A agricultura regenerativa oferece técnicas naturais que
focam na recuperação de nutrientes do solo e da vegetação de um ecossistema onde exista algum
tipo de produção agrícola intensa. Pesquisas realizadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais (Epamig) têm buscado compreender como associações endofíticas entre fungos
benéficos e plantas de café auxiliam não só no combate a determinadas pragas e doenças, como
também no desenvolvimento e crescimento das plantas.

Esse é o trabalho de Jéssica Martins, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Entomologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e integrante do grupo de pesquisa coordenado
pela professora e pesquisadora da Epamig, Madelaine Venzon. Dando sequência à tese defendida em
2021 por Mayara Franzin, que também integra a equipe, Jéssica estuda fungos que estão presentes
em sistemas de cultivo diversificado do café (ou seja, sistemas nos quais também há presença de
plantas multifuncionais, diferentes das plantas de interesse comercial que estejam sendo
cultivadas).

Estou envolvida com pesquisas relacionadas à parte microbiológica desses sistemas
diversificados e, nos trabalhos publicados recentemente, observamos que alguns fungos
entomopatogênicos do gênero Metarhizium, quando associados a plantas de café, conseguem fazer com
que a planta cresça e se desenvolva melhor e também fornecem uma proteção natural contra uma das
principais pragas da cultura, que é o bicho-mineiro. Atualmente, procuro entender até que ponto
esses fungos podem beneficiar a planta e o sistema da cafeicultura como um todo, detalha Jéssica.

O gênero Metarhizium é composto por centenas de espécies, das quais a Metarhizium brunneum e
a Metarhizium robertsii são as que vêm sendo trabalhadas mais intensamente pelo grupo de
pesquisadoras da Epamig. As duas espécies, prospectadas do solo de sistemas diversificados do Campo
Experimental de Patrocínio, já estão registradas para o controle de pragas. Nos resultados
preliminares obtidos até o momento, a equipe verificou que a inoculação de plantas de café com
esses fungos reduz fortemente a herbivoria provocada pelo bicho-mineiro. A associação fúngica
ainda proporciona ações como atraso no tempo de desenvolvimento dos insetos que se alimentam
dessas plantas, além de redução de sua sobrevivência e oviposição (ato de expelir ovos),
explica a pesquisadora.

Plantas para combate de pragas e benefício do solo

Segundo Jéssica, as pesquisas têm revelado que plantas multifuncionais, como o ingá, o
fedegoso e a erva-baleeira, atraem inimigos naturais das pragas, graças ao pólen e néctar que
produzem, e também fornecem condições para que microrganismos benéficos, como os fungos, se
desenvolvam no solo. Tudo isso sem prejudicar a produção de café. Essas plantas são inseridas
nas lavouras e atraem, durante o ano inteiro, formigas, crisopídeos e joaninhas, por exemplo, que
controlam as pragas. Mas, além disso, observamos que a inserção dessas plantas também auxilia
fornecendo microclimas favoráveis ao desenvolvimento e diversificação de microrganismos, como os
fungos entomopatogênicos. Então, as espécies com as quais trabalho são encontradas associadas
não somente às plantas de café, mas também a essas plantas inseridas no sistema de
diversificação.

Sistema diversificado já é realidade em fazendas de café

Na Epamig, o uso de plantas multifuncionais para o controle biológico conservativo na
cafeicultura (técnica regenerativa que visa alterar a paisagem agrícola a médio-longo prazo para
que o ambiente se mantenha naturalmente em equilíbrio), já é trabalhado há pelo menos 25 anos,
graças aos trabalhos coordenados por Madelaine Venzon. Inclusive, produtores de café do estado já
vêm utilizando as tecnologias geradas pela pesquisa em seus cultivos. Vemos diferentes situações
em cada uma das fazendas que visitamos, pois isso depende muito da área do produtor e da sua
necessidade e disponibilidade para inserção. Alguns produtores inserem as plantas nas bordas do
cultivo, outros tiram uma linha de café para inserir essas plantas e há também aqueles que
colocam em pontos espaçados da lavoura, explica Jéssica Martins.

Segundo ela, a expectativa é que, ao final do trabalho, seja possível estabelecer um protocolo
detalhado sobre a aplicação desses fungos em áreas de cultivo, para ser repassado a produtores
locais. Ainda é preciso verificar se é possível realizar a reinoculação quando a planta está
maior e se o próprio sistema diversificado é capaz de conservar os fungos no solo. Quero conseguir
orientar os produtores no uso desses microrganismos, fazendo com que a produção e permanência dos
fungos seja cada vez mais beneficiada, conclui.

As informações partem da assessoria de imprensa da Epamig.

Revisão:Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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