CAFÉ: Carvalhaes comenta semana de forte alta na Bolsa de Nova York

C Porto Alegre, 30 de maio de 2022 – Os contratos de café na ICE Futures US
em Nova Iorque subiram forte a partir da última quarta-feira da última semana,
quando operaram em alta expressiva por todo o pregão. Analistas internacionais
falam que – depois do susto com a subida da forte frente fria sobre os cafezais
do sudeste brasileiro na semana passada – operadores na ICE estão com as
atenções voltadas para o clima no sudeste brasileiro nas próximas semanas.

As considerações partem do boletim semanal do Escritório Carvalhaes,
comentando o comportamento do mercado na última semana.

No balanço desta semana (passada), os contratos para julho próximo somaram
alta de 1 360 pontos. Encerraram o pregão da sexta-feira com ganhos de 285
pontos, a US$ 2,2945 por libra peso. Na quinta fecharam em alta de 955 pontos, a
US$ 2,2660 por libra peso. Na quarta encerraram o dia com ganhos de 340 pontos,
valendo US$ 2,1705. Na sexta-feira passada, encerraram a semana a US$ 2,1585,
somando ganhos de 195 pontos. Na semana anterior subiram 345 pontos.

Em nossa opinião, o clima, no Brasil e nos demais principais países
produtores, será preocupação constante daqui para frente. Maio está
terminando e no hemisfério sul o inverno se aproxima. Nestes tempos de
incertezas e mudanças climáticas, estoques baixos e quebra de safra no Brasil
e em muitos países produtores, as cotações do café na ICE em Nova Iorque –
principal indicador dos preços internacionais do café – irão oscilar com
força. Turvam ainda mais o cenário o bom desempenho do consumo mundial, a
crise no transporte marítimo internacional, a invasão da Ucrânia pela Rússia
e a pandemia do Covid 19. Serão meses nervosos, com cotações mudando de
patamar rapidamente. Depois da surpreendente frente fria da semana passada, as
temperaturas subiram neste final de mês no sudeste brasileiro, mas está
prevista a chegada de nova frente fria no início de junho.

Em relatório divulgado na semana passada, analistas do Rabobank disseram
que a demanda por café em países não produtores subiu 6,9 % no primeiro
trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar do aumento nos preços, o consumo norte americano de café continuou
a crescer. A Associação Nacional do Café dos EUA informou em março último
que o consumo de café entre os americanos atingiu o pico de duas décadas.
Disse que o aumento de 14% desde janeiro de 2021 representou o maior crescimento
desde que começou a rastrear dados.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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