Porto Alegre, 11 de outubro de 2021 – Acompanhe abaixo o boletim semanal do
Escritório Carvalhaes relativo à semana passada, que comenta o comportamento
do mercado:
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“As chuvas, ainda irregulares, que começaram a cair no final da semana
passada, início de outubro, nas regiões produtoras de café do sudeste
brasileiro, que devem crescer e se consolidar ao longo do mês, levaram
operadores interessados em resultados de curto prazo a uma realização de
lucros, na segunda e terça-feira, nos contratos de café na ICE Futures US em
Nova Iorque. Na quarta, quinta e sexta-feira, o mercado voltou ao seu ritmo de
alta, e, em meio a muita oscilação, a crescente percepção de quebra
importante já consolidada para a próxima safra brasileira de café 2022, que
deveria ser de ciclo alto, está levando os contratos de café na ICE a subirem
e procurarem um novo patamar de preços.
O cenário para nossa produção de café em 2022 é realmente preocupante.
Em artigo postado no site “Peabirus” no dia 5 último, “Danos tardios da
geada nos cafezais”, o respeitado professor José Donizeti Alves descreve os
danos tardios com as geadas de julho último que estão sendo constatados, e
alerta que nos cafezais atingidos, o resultado esperado não é outro que uma
baixa taxa de vingamento das flores e pegamento dos frutos. Termina seu artigo
com a frase, “convém não se iludir”.
Repetimos que os fundamentos continuam os mesmos e não devem se alterar tão
cedo. Diversos agentes e operadores têm visitado as principais regiões
produtoras de café no Brasil, constatando pessoalmente a extensão dos
estragos. Também se conscientizam que as chuvas que começam a chegar a partir
de agora não estancarão instantaneamente o ciclo de perdas, e muito menos
recuperarão o que já foi perdido para a safra do próximo ano. Nosso parque
cafeeiro está enfraquecido e em condições difíceis. Enfrentamos ainda
sérios problemas com a falta de contêineres e espaço em navios, que levaram a
uma escalada nunca vista nos preços dos fretes marítimos internacionais.
Os cafeicultores brasileiros se assustam com a forte alta nos principais
insumos para a produção de café. Energia elétrica, combustíveis,
fertilizantes, tratores e maquinários, estão subindo com força. A escalada da
inflação e dos juros no Brasil já levam os cafeicultores a preverem custos
de colheita mais altos em 2022. Com o aquecimento global, praticamente todos os
principais países produtores de café enfrentam algum tipo de problema
climático. Os estoques globais são baixos e o consumo mundial continua em
alta.
O mercado físico brasileiro permaneceu firme, comprador por toda a semana,
mas travado, com poucos vendedores nas bases oferecidas pelos compradores. O
volume de negócios fechados é pequeno para o tamanho do mercado brasileiro. Os
cafeicultores continuam retraídos. Não existem lotes de café arábica abaixo
de mil reais por saca. O número de lotes que chega ao mercado é baixo e
preocupante.
Continua a escassez de lotes de café arábica destinados ao consumo interno
brasileiro. O mercado físico do conilon está firme, comprador. Cresce a
porcentagem de conilon nas ligas de consumo interno. Em nossa opinião a chegada
das chuvas não mudará o comportamento dos cafeicultores no mercado de café.
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As informações partem do boletim do Escritório Carvalhaes.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 31/07/2025 11:10