CAFÉ: Rabobank estima safra 2022/23 do Brasil em 63,5 milhões de sacas

Porto Alegre, 24 de janeiro de 2022 – Leia, abaixo, análise do Rabobank
para o mercado brasileiro de café.

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O Brasil exportou 3,8 milhões de sacas em dezembro 2021, um aumento de 18,4%
em relação ao mês anterior, mas, uma representa uma queda de 14,1% em
comparação à dezembro 2020. O contínuo problema de falta de contêineres,
cancelamentos de booking e alta nos custos dos fretes ainda limitam as
exportações. Entre Jan – Dez 2021, as exportações atingiram 40,4 milhões
de sacas, 9,7% menor quando comparado ao mesmo período em 2020. De acordo com o
Cecafé, o país deixou de exportar cerca de 3 milhões de sacas devido aos
atuais problemas logísticos. Além desses gargalos, o ciclo de baixa produção
em 2021 deve pesar contra as exportações brasileiras para os próximos meses.

No início de janeiro 2022, a relação de troca apresentou melhora de 7,6%
comparado ao mês passado, valendo 3,7 sacas de café/ton. Porém, isto ainda
representa uma piora de 38,8% em relação à janeiro 2021, quando o índice
atingiu 2,7 sacas/ton. Nas últimas semanas, o preço da ureia apresentou queda,
fato que trouxe certo alívio no índice de relação de troca.

Em dezembro 2021, os preços domésticos de café aumentaram para uma média
de R$1.452/saca – novo recorde -, 144% superior em relação à dezembro
2020. Em janeiro, os preços estão valendo em média R$ 1.476/saca.
Preocupações com a próxima safra brasileira (já impactadas por geadas e
seca), logística global e o aquecimento da demanda estão causando volatilidade
no mercado.

Desde setembro 2021, apesar dos altos preços de café conilon, tem sido
observado um aumento nos diferenciais entre o arábica de melhor qualidade (tipo
6) e conilon (tipo 7 e 8).

As chuvas em dezembro foram próximas à média histórica em 6 de 8
regiões. Atualmente, a situação permanece favorável para o desenvolvimento
dos cafezais, especialmente olhando o volume acumulado (com exceção de
Rondônia). Entretanto, foram reportados abortamentos dos frutos e aumento de
áreas improdutivas em algumas regiões produtoras de café arábica. É
importante considerar que as condições iniciais das lavouras (em algumas
regiões de arábica) estavam longe das ideais (longo período seco e geadas).
Em janeiro, chuvas continuam ocorrendo nas principais regiões produtoras.
Apesar de um bom cenário de clima e ciclo produtivo maior (para o arábica), os
problemas climáticos que ocorreram anteriormente devem limitar a produção de
café em 2022/23, até o momento estimado em 63,5 milhões de sacas (42
milhões de arábica), 12% maior em relação à safra passada, mas, 12% menor
em relação ao último ciclo de alta produção.

As informações partem da assessoria de imprensa do Rabobank.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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