CAFÉ: Seca é normal no Brasil nesta época do ano, diz World Weather Inc.

Porto Alegre, 27 de maio de 2022 – A conversa do mercado de café nos
últimos dias parece estar focada na secura nas áreas de café do Brasil. É
verdade que a região entrou na estação seca mais cedo do que o habitual e a
chuva seria bem-vinda especialmente nas partes do norte do Sul de Minas ao norte
através da Zona de Mata e partes do Cerrado Mineiro na Bahia; no entanto, esta
é uma época seca normal do ano e não é provável que chova
significativamente e não deve ser interpretada como incomum, disse o World
Weather Inc. em reporte especial.

A parte incomum vem da retirada precoce da umidade das monções deixando
algumas culturas com umidade do solo pobre em comparação com o normal. A maior
parte do impacto da seca ocorreu na qualidade do grão e os botões florais
para a safra de 2023 devem ser bons desde que a chuva chegue normalmente em
setembro. Qualquer chuva mais cedo do que o normal nas próximas semanas seria
bem-vinda para melhorar os botões das flores, mas há muito tempo para que esse
processo ocorra

A seca prematura em áreas de café geralmente leva a uma maturação mais
rápida da cultura e colheita mais rápida. A maturação mais rápida
geralmente causa um declínio na qualidade da colheita, o que pode afetar o
sabor do café. No entanto, a partir de experiências anteriores, a secagem
prematura geralmente não tem muito impacto além de estressar as colheitas
durante os meses de inverno. O estresse das colheitas pode ajudar a induzir uma
boa floração e produção na estação seguinte se as chuvas sazonais
começarem normalmente e forem abundantes e bem distribuídas.

Um atraso nas chuvas sazonais pode levar a um maior estresse por um longo
período de tempo e pode prejudicar o potencial reprodutivo da árvore. A
preocupação deste ano pode ser a continuação anunciada do La Nina na
primavera e no verão de 2022-23. Se o La Nina durar tanto e reduzir as chuvas
sazonais, pode haver algum impacto negativo na produção do próximo ano. No
entanto, isso pressupõe que não haverá chuva entre agora e então.

A World Weather, Inc. acredita que é necessário um exame minucioso da
recente distribuição de chuvas. Muitas áreas do sul de Minas Gerais receberam
de 18 a 34 milímetros de chuva nos últimos 30 dias, com alguns extremos
próximos a 50 mm. O Centro Nacional de Previsão Climática dos EUA diz que a
precipitação normal de maio varia de 10 a 25 milímetros. No entanto, a área
de Varginha do sul de Minas e a área de Lavras ao norte relataram muito pouca
chuva com quantidades inferiores a 18mm. Varginha foi a mais seca com menos de 1
milímetro de chuva relatado, de acordo com o INMET, o Serviço Nacional de
Meteorologia do Brasil. Isso é muito seco!

A precipitação na Zona de Mata variou de apenas alguns milímetros a 34
milímetros nos últimos 30 dias em comparação com 5-35 mm normalmente, mas a
precipitação foi muito mais substancial durante os períodos de 60 e 90 dias,
sugerindo que pode haver mais umidade do subsolo disponível para as árvores
utilizarem do que o que está sendo percebido.

As perspectivas de inverno favorecem períodos mais frios do que o normal e
cada vez que uma frente fria significativa se move em áreas de café do norte
do Paraná ao Cerrado Mineiro e Zona de Mata (incluindo Sul de Minas) haverá
alguma chuva. Por esse motivo e porque a seca não foi um problema absoluto nas
últimas semanas, a maior parte da safra deve sobreviver ao inverno sem grandes
perdas na produção de 2022-23

A World Weather, Inc. acredita que o inverno será mais úmido e frio do que
o normal. Isso não significa que geadas e geadas sejam inevitáveis, mas é
provável que haja algumas ameaças adicionais de geadas e, se não chover antes
de cada onda de frio, é possível que as temperaturas caiam mais do que o
normal devido ao ar seco que pode eventualmente aumentar o potencial de geadas e
geadas, embora nenhuma previsão oficial esteja prevendo tal evento neste
momento. O fraco ambiente de La Nina, o recente mínimo solar e a secura irão
contribuir para o potencial de mais algumas ameaças de frio.

Enquanto isso, o viés de seca nas áreas cafeeiras que prevalece agora não
representará uma ameaça viável para as lavouras, a menos que a chuva não
ocorra neste inverno e a estação chuvosa anual seja notavelmente atrasada –
o que não é a perspectiva oficial da World Weather, Inc. A chuva mais
provável na primavera evoluirá a tempo, mas pode ser mais leve que o normal e
isso pode induzir algumas flores esporádicas com pouca umidade de
acompanhamento para polinização. Por enquanto, esses pensamentos são
altamente especulativos e podem apenas aumentar o viés de alta que ocorreu no
pregão de ontem hoje, mas a realidade permanece que esta seco em algumas áreas
mais do que em outras e a necessidade de chuva existe. O impacto da secura
provavelmente não será grave até setembro, quando as chuvas sazonais
normalmente evoluem.

As informações partem do World Weather Inc.

Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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