CÂMBIO: Comentário de Levy sobre governo Dilma potencializa alta do dólar

Porto Alegre, 30 de março de 2015 – O comentário do ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, de que o governo da presidente Dilma Rousseff “tem um desejo
genuíno de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil”
potencializa a alta do dólar diante da perspectiva de que aumente o desgaste
entre o Planalto e o Congresso para a aprovação das medidas de ajuste fiscal.

O ministro fez a declaração durante palestra para ex-alunos e professores
da Universidade de Chicago na última terça-feira, 24. A presidente transmitiu
ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, sua profunda insatisfação com
Levy após ele expressar a opinião de que ela nem sempre age da forma mais
eficaz.

Segundo o gerente de relações com o mercado da Correparti Corretora,
Luciano Copi, “as declarações do ministro devem potencializar o mal-estar
entre esses dois setores. Diante das turbulências no mercado local, somadas à
letargia do Banco Central, não será surpresa se o dólar operar próximo a R$
3,30, ou até superar essa marca, hoje”.

Para a equipe de análise do Bradesco, o dólar também deve reagir ao
comunicado da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano), Janet Yellen, feito no final da semana, no qual firmou que
espera que a taxa de juros suba neste ano, mas num processo gradual.

“O dólar ganha valor frente à maioria das moedas, com destaque para o
enfraquecimento do euro, após apreciação de 0,6% acumulada na semana passada.
As cotações da maior parte das commodities metálicas e agrícolas estão em
alta neste momento. Diante disso, o real tende a se depreciar no pregão de
hoje”, afirmou a instituição em relatório para clientes.

Às 10h16, o dólar comercial tinha valorização de 0,83%, cotado a R$
3,2680 para venda. Logo após a abertura, a moeda norte-americana chegou a
atingir a máxima de R$ 3,2930. No mercado futuro, os contratos da divisa com
vencimento em abril tinham alta de 0,63%, a R$ 3.273,500. As informações são
da Agência CMA.

Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS

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