Porto Alegre, 17 de março de 2022 – O dólar segue em sólida queda. Isso
reflete não apenas a continuidade do intenso fluxo estrangeiro na bolsa –
favorecido pela alta da Selic (taxa básica de juros) em 1,00%, indo de 10,75%
para 11,75% -, mas os incentivos do governo chinês para a retomada econômica,
além da frustração do mercado com a continuidade do embate na Ucrânia.
Segundo o head de renda variável da Valor Investimentos, Pedro Lang, “mesmo
duro, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não conseguiu
segurar o dólar. O mercado já precifica que o confronto não irá acabar tão
cedo, e isso é positivo para o real”.
No curtíssimo prazo, pontua Lang, o espaço ainda tem espaço para cair,
inclusive abaixo dos R$ 5,00: “Principalmente se a guerra continuar, além do
passo importante que a China deu para o crescimento econômico, eles são o
nosso principal parceiro econômico”, contextualiza.
Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o que faz o
preço do real, hoje, é o Copom, que foi mais dovish (menos propenso ao aumento
dos juros) do que o mercado esperava. A nota deu a entender que o Banco Central
(BC) pode encerrar o ciclo já em maio, mas não fechou as portas para aumentos
posteriores”.
Rostagno acredita que o mercado não viu com bons olhos a decisão do BC, e
isso faz com que o real perca para os seus pares emergentes: “Ele (o BC) deu a
entender que, a não ser que o cenário atual se altere, não irá mudar o plano
de voo e terminar o ciclo em 12,75%”, analisa
De acordo com a equipe da Ouro Preto Investimentos, Comitê de Política
Monetária (Copom) e Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em
inglês) devem dominar o mercado hoje. O (presidente do Fed, Jerome) Powell
adotou um tom mais dovish, dizendo esperar para ver o que está acontecendo no
mundo. Isso acalmou os mercados, mas de qualquer modo acaba sendo ruim para os
emergentes”.
Já no ambiente doméstico, a Ouro Preto acredita que o aumento da Selic com
sinalização de uma alta da mesma magnitude na próxima reunião – trouxe um
respiro momentâneo para o real, mas alerta: “No curto prazo, isso atrai dólar
para o Brasil, mas à medida que o real fica caro, a situação deve mudar”.
Os sete aumentos de juros previstos nos Estados Unidos também tendem a
tornar os emergentes menos atrativos, explica a Ouro Preto.
Há pouco, o dólar comercial caía 1,00%, cotado a R$ 5,0410 para venda. No
mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em abril de
2022 recuava 0,81%, cotado a R$ 5.061,50.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 31/07/2025 11:10