CÂMBIO: Desaceleração do IPCA pressiona dólar

Porto Alegre, 10 de maio de 2017 – A rejeição de nove dos dez destaques
votados ontem na Comissão Especial do texto da reforma da Previdência, já
anunciava para uma abertura em baixa do dólar. A desaceleração da inflação
pelo terceiro mês consecutivo e a recuperação no preço do petróleo lá fora
consolidaram a queda da moeda ante o real.

Às 10h55, a divisa comercial caía 0,75%, cotada a R$ 3,1610 na venda.
“Devemos ter um dia favorável, aproveitando a melhora das commodities no
exterior; correção do dólar e inflação fraca. Assim, vemos um viés de alta
para a bolsa, de baixa para dólar e juros futuros”, dizem os analistas da
Guide Investimentos em relatório.

Após as decisões de ontem, o projeto da reforma previdenciária vai ao
plenário na Câmara para apreciação em dois turnos e necessita de 308 votos
favoráveis para aprovação em cada turno. O governo federal está confiante na
vitória que promete equilibrar parte das contas públicas. No texto do
relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), a única mudança proveniente
de um destaque aceito foi à manutenção de ações contra o Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS) na Justiça estadual.

Há pouco, houve a divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), medidor da inflação oficial no varejo brasileiro, que subiu
0,14% em abril ante a alta de 0,25% em março. Com o indicador neste patamar,
“podemos projetar um corte mais agressivo na taxa de juros da economia na
reunião de política monetária do BC [Banco Central] no final do mês”,
estima o analista da Correparti, Ricardo Gomes da Silva.

No âmbito externo, a redução no volume de petróleo bruto estocado nos
Estados Unidos sinalizada pela American Petroleum Institute (API) sustenta uma
alta nos preços da commodity até o anúncio oficial do Departamento de Energia
dos EUA, que ocorre hoje, afirma o economista-chefe da Sulamérica, Newton
Rosa, em análise matinal. Além disso, a demissão de James Comey, diretor do
FBI, que depunha contra o presidente americano Donald Trump no congresso no caso
das conexões russas, faz com que o dólar opere em baixa contra as principais
moedas internacionais. As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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