CÂMBIO: Dólar abre em queda reagindo ao Fed, à espera de leilão do BC

Porto Alegre, 20 de dezembro de 2018 – O dólar comercial abriu em queda em
relação ao real com o mercado ajustando-se às expectativas pós-comunicado
do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) recebido por
investidores como não tão “dovish” como se esperava. No mercado local, o
Banco Central fará leilão de linha no meio do dia com a oferta de US$ 1
bilhão.

Às 9h57 (de Brasília), a moeda norte-americana caía 0,28%, cotada a R$
3,8620 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 3,8580 (-0,38%) e máxima
de R$ 3,8770 (+0,10%). No mercado futuro, o contrato para janeiro tinha queda de
quase 1%, a R$ 3,8610. Lá fora, o Dollar Index recuava 0,78%, aos 96,276
pontos.

Ontem, na reta final do pregão doméstico, o Fed anunciou não só a
quarta elevação no ano da taxa básica de juros nos Estados Unidos, como
também a continuidade do aperto monetário em 2019. Porém, ao invés de três
altas, como esperada pelo mercado, a sinalização é de duas altas.

“O Fed demonstrou confiança na continuidade do ajuste monetário,
incluindo a redução do balanço. Isso talvez tenha frustrado as expectativas
mais otimistas, em torno de uma eventual sinalização de parada no processo em
breve”, comenta o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos. Ele
acrescenta que o dólar está em movimento de reversão após os ganhos de
ontem, sugerindo que a reação após a reunião pode ter sido “exagerada”.

O operador de derivativos de uma corretora estrangeira reforça que, após
a queda de ontem, o mercado vai sentindo efeitos “do suporte [gráfico] para
tentar ganhar força na realização”, mas reforça que “essa queda [frente ao
real] não convence”, diz.

O Banco Central (BC) surpreendeu ao anunciar leilão de linha – venda de
dólar com compromisso de recompra – ofertando até US$ 1 bilhão hoje, com
previsão de duas etapas. “A falta de liquidez para atender remessas de fim de
ano não é um consenso entre ‘traders’, mas dados do fluxo financeiro
mostraram ontem uma forte saída pela via financeira, somando US$ 5 bilhões
neste mês até o dia 14”, comenta a equipe econômica da H.Commcor.

Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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