CÂMBIO: Dólar cai seguindo exterior, atento a cenário fiscal e ata do Copom

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2020 – O dólar comercial opera em queda
frente ao real desde a abertura dos negócios acompanhando o exterior mais
positivo para as moedas de países emergentes e com a divisa norte-americana
perdendo terrenos também para os pares. Investidores seguem atentos ao avanço
da covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, enquanto o início da vacinação
eleva o otimismo do mercado em meio à dados mais positivos na China. Aqui,
investidores digerem a ata do Banco Central (BC), de olho na política e no
cenário fiscal.

Às 9h45 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de 0,35%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,1070 para venda, enquanto o contrato futuro
com vencimento em janeiro caía 0,22%, a R$ 5,1090. Lá fora, o Dollar Index
tinha queda de 0,16%, aos 90,562 pontos.

Lá fora, o “tom” dos ativos é mais otimista, após as quedas observadas
ontem. O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, destaca
que ainda há incertezas em relação ao andamento do pacote de estímulo fiscal
nos Estados Unidos, enquanto o número de casos confirmados e de óbitos
provocados pela covid-19 segue aumentando, com países da Europa e estados
norte-americanos impondo novas medidas de restrição de isolamento social.

“Porém, há também otimismo com o início da vacinação dos Estados
Unidos e a vitória formal de Joe Biden como presidente do país”, avalia,
acrescentando que dados bons na China corroboram para o ambiente mais positivo
entre as moedas de países emergentes após a produção industrial subir 7,0%
no mês passado em base anual.

Mais cedo, foi divulgada a ata da última reunião de 2020 do Comitê de
Política Monetária (Copom) no qual a equipe da corretora Commcor avalia como
“um reforço do comunicado”, divulgado na semana passada.

“No limite, a ata está dizendo algo muito simples. É como se o Banco
Central estivesse falando para o governo: se vocês fizerem política fiscal
expansionista eu, o BC, não preciso manter a política monetária
expansionista. Simples assim”, avalia o economista-chefe da Necton Corretora,
André Perfeito, reforçando que o Copom deverá retirar o “forward guidance”
na primeira reunião de 2021 e deve começar a subir a taxa Selic na reunião de
março.

Investidores seguem atentos ainda aos ruídos provocados pela possibilidade
de prorrogação do pagamento do auxílio emergencial no próximo ano e de a
votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não acontecer nesta
quarta-feira, como previsto. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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