Porto Alegre, 12 de novembro de 2019 – O dólar tem pouco espaço para se
desvalorizar nos próximos meses e, com isso, provocar um aumento no fluxo de
investimentos a mercados emergentes, disse Emy Shayo Cherman, estrategista de
ações do JPMorgan para o Brasil e a América Latina.
“A gente não tem expectativa para o dólar piorar em relação ao patamar
em que está. A gente vê depreciação de 1% ou 2%, que seria insuficiente
para melhorar o preço das commodities” e, com isso, beneficiar as economias
emergentes, disse ela durante um evento promovido pela Associação Nacional das
Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).
Cherman acrescentou que, para o ano que vem, existe a possibilidade de um
cenário muito bom para os emergentes, baseado em retomada do crescimento
econômico dos Estados Unidos e manutenção dos juros baixos. Isso “pode tirar
o excepcionalismo do dólar. Ele deixa de ser tão forte porque o resto do
mundo vai estar crescendo”, afirmou.
Até lá, porém, há outros riscos no caminho, entre eles a continuidade
das tensões comerciais, as eleições presidenciais norte-americanas e as
diversas perturbações políticas ao redor do mundo, como as que se observam em
Hong Kong e no Chile.
“A gente acha que guerras comerciais vieram para ficar. Pode ter melhoras
pontuais, pioras pontuais. Mesmo nos Estados Unidos há impressão que tanto
democratas quanto republicanos são a favor de retórica um pouco mais agressiva
em relação à guerra comercial, e na questão da desglobalização é onde a
gente tem um risco grande, porque tem grande correlação com o comércio e
mercados emergentes em termos de crescimento”, afirmou.
No caso das eleições dos Estados Unidos, a previsão do JPMorgan é de
que na metade do ano que vem os mercados demonstrem mais aversão ao risco por
causa das dúvidas sobre quem será o adversário do presidente do país, Donald
Trump.
“A primeira grande definição não é em novembro, mas no final do
segundo trimestre, quando haverá clareza maior de quem vai ser o candidato
democrata. Temos Elizabeth Warren, que está nas manchetes hoje. A gente
acredita que se ela for a nomeada haverá tensão maior no mercado do que se for
o Joe Biden”, afirmou Cherman.
Ela acrescentou que a instabilidade política é outro elemento que
“definitivamente” é o que está chamando a atenção do JPMorgan, bem como a
probabilidade de recessão econômica nos Estados Unidos – o banco não espera
que isso aconteça, mas ressalta que o mercado prevê 46% de chance de este
cenário se concretizar. Cherman destacou que essa taxa “tem estado ao redor
dos 45% faz mais de um ano”.
O cenário do Brasil, segundo ela, é “muito único” porque o país “se
diferencia muito dos demais países emergentes”. “Temos uma narrativa de
reformas, de juros baixos, e visibilidade que não havia no passado. Temos
recomendação de compra em renda variável no Brasil e em vários outros
instrumentos. Dentro do JPMorgan estamos super-comprados no Brasil”, afirmou.
Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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