CÂMBIO: Dólar opera em alta com exterior, pressionado por Treasuries

Porto Alegre, 5 de março de 2021 – O dólar comercial opera em alta frente
ao real desde a abertura dos negócios, indo a R$ 5,70, acompanhando o exterior
negativo em meio ao fortalecimento da moeda ante as divisas pares e de países
emergentes com uma nova guinada dos rendimentos das taxas de juros futuros dos
títulos de dívida do governo norte-americano, as treasuries, que ainda
reverberam as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) na véspera.

Às 10h08 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,65%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,6970 para venda, enquanto o contrato futuro
com vencimento em abril subia 0,49%, a R$ 5,7015. Lá fora, o Dollar Index tinha
alta de 0,34%, aos 91,939 pontos.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa,
investidores “remoem” os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, que
ontem “não deu qualquer indicação” de que a autoridade monetária poderia
tentar conter a trajetória de alta dos rendimentos das Treasuries longas,
principalmente. O vencimento de 10 anos (T-Note) opera a 1,57%.

“Ainda que Powell não tenha dito nenhuma novidade, pois a leniência do
Fed com um possível repique inflacionário já foi mais do que deixada clara,
investidores temem novamente a retirada de estímulos por parte do governo
norte-americano”, avalia o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.

Vieira acrescenta que o discurso do mandatário do Fed continuou “dovish”
(suave) e a denotar a necessidade de estímulos e liquidez. “Porém, a leitura
de uma possível leniência com as oscilações das treasuries e os planos de
estímulos de Joe Biden [presidente dos Estado Unidos] assustaram parte dos
investidores”, reforça.

Por outro lado, o operador de mesa da corretora Commcor, Cleber Alessie,
acrescenta que a cena local segue “garantindo alguma dose de alívio” em
relação às expectativas fiscais após a aprovação da PEC Emergencial ontem
em segundo turno no Senado. “Com derrubada de todos os destaques e ficando para
a próxima semana a votação na Câmara”, diz. Com informações da Agência
CMA

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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