Porto Alegre, 28 de janeiro de 2015 – O cenário externo, com
preocupações em torno da Grécia e dados desanimadores dos Estados Unidos,
provoca a alta do dólar ante o real. No mercado de juros, pesa a questão do
ajuste fiscal e a expectativa com a política monetária norte-americana e ata
do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).
“O sentimento, tanto aqui quanto lá fora, é mais para o lado negativo.
Temos preocupações em torno da Grécia, há uma grande ansiedade e o fato é
que o palco está armado para uma longa negociação entre Grécia e Europa”,
diz Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole.
Ele destaca que as notícias de que a Grécia teria discordado dos
demais membros da União Europeia em relação aos termos das sanções
econômicas aplicadas à Rússia são mais um indicativo de que não há muita
disposição para negociações. “É um sinal de que a Grécia vai levar a cabo
a ideia de forçar uma redução na dívida”, comenta.
Para Paulo Petrassi, chefe de renda fixa da Leme Investimentos, o cenário
externo causa apreensão e a divulgação da decisão do Comitê Federal de
Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sobre a política monetária nos
Estados Unidos deixa o investidor mais cauteloso.
“A divulgação do comunicado do Fed [Federal Reserve, o banco central
norte-americano] é muito esperada pelo mercado”, comenta Petrassi. Outro dado
que deixa o investidor cauteloso, sobretudo com relação à negociação das
taxas medidas pelos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), é a ata do
Copom, que será divulgada amanhã.
No mercado interno, a expectativa de que a nova equipe econômica
deverá voltar atrás no assunto seguro-desemprego provoca, de acordo com
Caramaschi, alta dos contratos com vencimento no longo prazo que medem as taxas
de juros.
“Tem saído nos jornais matérias dizendo que o governo está disposto a
negociar. Isso é uma sinalização negativa. Mostra que o governo pode não
levar adiante um ajuste fiscal mais sério”, comenta.
Ainda no mercado doméstico, avalia o estrategista-chefe do Crédit
Agricole, o resultado não auditado da Petrobras, que não trouxe detalhes sobre
as perdas decorrentes de superfaturamento e de outros crimes contra a
companhia, pode estar influenciando a cotação do dólar, considerando a saída
de capital estrangeiro no momento.
“A questão da Petrobras é bastante negativa. Influencia a Bolsa, mas
também tem reflexo no câmbio”, diz.
Por volta das 14h15 (de Brasília), o dólar comercial subia 0,66%,
cotado a R$ 2,5880 na venda. O contrato da moeda com vencimento em fevereiro
subia 0,52%, a R$ 2.589,00. As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Atualizado em: 29/11/2024 10:30