CÂMBIO: Dólar opera em alta, mas fluxo estrangeiro e Selic favorecem real

Porto Alegre, 13 de abril de 2022 – O dólar opera em discreta alta,
tentando firmar direção. A moeda chegou a ensaiar a esboçar uma forte alta
após a divulgação do Indice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em
inglês) nos Estados Unidos, que subiu 1,4% em março ante fevereiro, mas os
juros brasileiros e fluxo estrangeiro continuam jogando a favor do real.

Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o PPI foi
muito ruim, mas não acho que tenha impactado no dólar. O cenário continua
sendo favorável ao real, e existe fundamento para isso”.

Weigt considera que ainda é possível chegar a valores abaixo dos R$ 4,60,
mas faz ressalvas: “Quando estávamos acima dos R$ 5,00 tínhamos um caminho
bom para chegar em R$ 4,30, e agora ficou mais difícil. O Brasil, porém, é um
dos poucos países emergentes grandes que atraem investidores, ao lado de
México e África do Sul”.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o
cenário atual é que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)
fique mais hawkish (austero) e o Banco Central (BC) mais dovish (favorável à
diminuição dos juros), e isso é ruim para o real, mas não é algo
preocupante”.

Borsoi acredita que o PPI é mais um ingrediente que aguça as expectativas
do mercado para a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc,
na sigla em inglês), em maio, e que o real ainda tem espaço para cair, devido
aos juros altos, mas que a moeda brasileira “não terá vida fácil” para
ganhar mais força.

De acordo com o gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme
Esquelbek, “lá fora o dólar perdeu dos seus pares e das emergentes, e aqui
deveremos ter uma abertura em queda acompanhando o movimento visto no
exterior”.

Esquelbek disse que apesar dos dados positivos sobre a exportação
superávit de US$ 47,37 bilhões em março – na China, “as preocupações com o
atual surto da Covid ainda pesam por lá”.

Há pouco, o dólar comercial subia 0,21%, cotado a R$ 4,6850 para venda. No
mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de
2022 avançava 0,24%, cotado a R$ 4.706,00.

Com informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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