CÂMBIO: Dólar opera em queda com exterior, atento ao quadro local

Porto Alegre, 5 de abril de 2021 – Na volta do feriado prolongado, o dólar
comercial opera em queda frente ao real acompanhando o exterior, onde a moeda
perde força para as divisas de países emergentes, em meio ao feriado na
Europa. Investidores digerem os dados mais fortes do payroll, divulgados na
sexta-feira. Aqui, o mercado segue atento aos números alarmantes da pandemia de
covid-19 e aos desdobramentos em torno do cenário fiscal.

Às 10h03 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de 0,73%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,6690 para venda, enquanto o contrato futuro
para maio recuava 0,59%, a R$ 5,6830. Lá fora, o Dollar Index tinha queda de
0,21%, aos 92,831 pontos.

Na sexta-feira, com os mercados fechados, saiu o relatório de emprego dos
Estados Unidos, o payroll, no qual criou 916 mil vagas em março, ante a aposta
de abertura de 635 mil postos de trabalho. Para o economista-chefe da
SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, os números reforçaram o quadro de uma
economia aquecida no país, “mantendo aceso o temor” quanto ao avanço da
inflação.

“O que tem refletido no comportamento das treasuries [rendimento das taxas
de juros futuros dos títulos do governo norte-americano], e o vencimento de 10
anos tem se acomodado em torno de 1,70% ao ano nos últimos dias”, destaca.
Hoje, a T-Note sobe ao redor de 1,73%.

Aqui, o operador da corretora Commcor, Cleber Alessie, reforça que a
pandemia segue em ritmo preocupante. Os investidores sabem que o Brasil está
para trás no combate à covid-19, mas ainda assim, parecem enxergar um
horizonte otimista no ritmo de vacinação”, avalia, acrescentando que também
veem “mais otimismo” com efeitos, que estão por vir, de novas restrições em
quase todo o país.

Sobre o cenário fiscal, Alessie também diz que “algum otimismo” pode
ser visto na sinalização de que o presidente Jair Bolsonaro vete trechos do
projeto do Orçamento 2021, recentemente aprovado pelo Congresso com algumas
“manobras preocupantes” e com ameaça ao teto de gastos.

Ainda no exterior, Rosa, da SulAmérica, reforça que o mercado acompanha
também os debates em torno da proposta apresentada pelo presidente
norte-americano, Joe Biden, de fazer investimentos em infraestrutura no montante
de US$ 2,25 trilhões. “Os republicanos são favoráveis à proposta, mas em
um valor menor do que o sugerido pelo presidente”, acrescenta. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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