CÂMBIO: Dólar opera sem rumo único atento ao exterior com Brexit e local

Porto Alegre, 17 de outubro de 2019 – O dólar comercial oscila, mas opera
com viés de queda frente ao real, atento ao exterior onde os mercados reagem
às negociações em torno da saída do Reino Unido da União Europeia, o
Brexit, no qual foi confirmado pelo Parlamento britânico que há “um grande
acordo”. A proposta será votada no sábado em Londres. Porém, o mercado local
divide as atenções em meio ao forte volume de saída de recursos
estrangeiros, o que tem corroborado para a sustentar a moeda acima do nível de
R$ 4,00 há dois meses.

Às 9h57 (de Brasília), a moeda norte-americana tinha queda de 0,26% no
mercado à vista, cotada a R$ 4,1450 para venda, enquanto o contrato futuro para
novembro operava com ligeira queda (-0,08%), a R$ 4,1515. Lá fora, o Dollar
Index recuava 0,19%, acima dos 97,800 pontos.

“O acordo fechado entre a Comissão Europeia e o Reino Unido sobre o
Brexit ajuda aliviar as tensões nos mercados de risco”, comenta o
economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. Segundo o
primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o acordo vai permitir que o
Brexit seja concluído em duas semanas, respeitando o prazo final de 31 de
outubro.

“Com o novo acordo, o país poderá estabelecer um novo relacionamento com
a UE com base no livre-comércio e na cooperação amigável”, escreveu
Johnson em seu Twitter.

Aqui, investidores seguem atentos à reforma da Previdência, à espera da
votação prevista para terça-feira em segundo turno no Senado. “O otimismo
foi renovado, especialmente após superação do ‘obstáculo’ chamado partilha
dos recursos da cessão onerosa nesta semana”, avaliam os analistas da
H.Commcor.

A equipe econômica do Bradesco ressalta o forte volume de saída de
recursos estrangeiros do País, com o fluxo de divisas acumulando saída de
quase US$ 40 bilhões nos últimos 12 meses.

“Diversas razões conjunturais e estruturais ajudam a explicar esse
movimento, como a frustração com o crescimento doméstico, o menor diferencial
de juros e a moderação das exportações nos últimos meses. Acreditamos que
esses elementos continuarão pressionando o fluxo no curto prazo, comentam os
analistas do banco. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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