Porto Alegre, 30 de março de 2021 – O dólar comercial oscila sem
direção única frente ao real refletindo o fortalecimento da divisa no
exterior, em meio à nova alta dos rendimentos das taxas de juros futuros dos
títulos do governo norte-americano, as treasuries, e digerindo a reforma
ministerial promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, ontem, no qual trocou seis
ministros, entre eles o das Relações Exteriores e o da Defesa.
Às 9h56 (de Brasília), a moeda norte-americana oscilava em alta de 0,19%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,7780 para venda, enquanto o contrato futuro
com vencimento em abril tinha queda de 0,12%, a R$ 5,7780. Lá fora, o Dollar
Index subia 0,28%, aos 93,200 pontos, no maior nível desde outubro. Já o
título com vencimento de 10 anos (T-Note) subia ao redor de 1,76%.
Ontem à noite, o governo confirmou as saídas de Ernesto Araújo, do
Ministério das Relações Exteriores, no qual agora tem o Embaixador Carlos
Alberto Franco França como ministro. Enquanto no Ministério da Defesa, o
general Walter Souza Braga Netto assume o lugar de Fernando Azevedo e Silva.
Houve trocas também no Ministério da Justiça, na Advocacia-Geral da União
(AGU), na Casa Civil da Presidência da República e na Secretaria de Governo da
Presidência.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, avalia que a “troca
das cadeiras” no governo tem medição difícil até entre os analistas
políticos, dada a velocidade com que aconteceu e a disparidade entre os membros
do governo que foram exonerados no mesmo dia.
“Ainda assim, o consenso é que parte das mudanças vem das demandas dos
partidos do Centrão e da cobrança ao apoio que pode ser dado em ambas as casas
[Câmara dos Deputados e Senado], após a troca dos comandos legislativos no
mês passado”, comenta.
Para o operador da corretora Commcor, Cleber Alessie, investidores ainda
digerem as mudanças em que “parece prevalecer a leitura de alívio”, por
enquanto, com a saída de Ernesto Araújo.
“Bem como com a sinalização de que o governo estaria atendendo às
pressões do Centrão por maior protagonismo. É claro que, em condições
normais, não seria positiva a leitura de uma possível pressão do centrão por
cargos. Mas dada nossa calamitosa situação em diversos aspectos, o movimento
acaba sendo bem recebido por indicar potencial melhora na governabilidade”,
destaca.
“A realidade é que em meio a tal turbulência, continuamos com uma forte
volatilidade cambial, a qual continua a afetar a inflação, sem dar alívio às
pressões de preços e crescem as incertezas quanto às reformas. Tudo isso num
cenário sanitário desafiador em diversos aspectos, em que o número de mortes
por covid-19 por dia compete com a aceleração recente das vacinações e com
uma peça de Orçamento bizarra, que pode levar o governo à responsabilidade
criminal”, finaliza o economista da Infinity.
Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 14/08/2025 10:30