CÂMBIO: Dólar oscila, mas ensaia queda digerindo Previdência e exterior

Porto Alegre, 2 de outubro de 2019 – O dólar comercial oscila na primeira
hora dos negócios, operando em campos positivo e negativo, com investidores
domésticos digerindo a aprovação do texto-base da reforma da Previdência em
primeiro turno no Senado e o clima mais pessimista no exterior em meio a
indicadores econômicos mais fracos.

Às 10h08 (de Brasília), a moeda norte-americana caía 0,19% no mercado à
vista, cotada a R$ 4,1550 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 4,1540
(-0,21%) e máxima de R$ 4,1830 (+0,48%). O contrato futuro para novembro tinha
ligeira queda de 0,06%, a R$ 4,1635. Lá fora, o Dollar Index operava com
ligeira alta de 0,09%, aos 99,220 pontos.

O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado ontem em primeiro
turno no Senado, com o placar de 56 votos favoráveis contra 19. Senadores
discutiram quatro destaques do texto, sendo um deles sobre as mudanças no abono
salarial. Porém, parlamentares votaram contra as mudanças, reduzindo a
economia da reforma de R$ 876 milhões para R$ 800 bilhões em dez anos,
indicando uma derrota da equipe econômica do governo.

Para o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, a perda do equivalente a
quase R$ 100 bilhões de economia na reforma dá um alerta sobre a capacidade
do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de evitar eventos desta magnitude, com
riscos de o texto retornar à Câmara dos Deputados. “A esperança reside no
texto no segundo turno [do Senado]”, diz.

Já o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, reforça que, mesmo
considerando que a reforma deu um passo importante e deveria ser festejado pelos
investidores, o clima tenso no exterior pode inibir o mercado doméstico.

Lá fora, o temor de desaceleração global foi ampliado nos mercados
globais após dados mais fracos da indústria norte-americana no mês passado,
fraqueza também observada na Europa. Mais cedo, saíram os dados de emprego no
setor privado dos Estados Unidos, com a criação de 135 mil vagas em setembro,
segundo relatório publicado pela ADP – uma prévia do payroll – ante
expectativa de 125 mil vagas, desacelerando-se do registrado em agosto, quando
foram criados 157 mil postos, em dado revisado. Com informações da Agência
CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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