CÂMBIO: Dólar oscila sem rumo único com exterior e disputa pela Ptax

Porto Alegre, 31 de março de 2021 – O dólar comercial opera sem direção
única frente ao real no último pregão de março, um mês de forte
volatilidade, atento ao movimento externo, onde prevalece uma busca por risco e
beneficia as moedas de países emergentes. Enquanto aqui, tem a disputa pela
formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco
Central (BC) – de fim de mês, refletindo em uma tradicional volatilidade.

Às 10h12 (de Brasília), a moeda norte-americana oscilava em alta de 0,10%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,7640 para venda, enquanto o contrato para
abril caía 0,25%, a R$ 5,7630. Lá fora, o Dollar Index tinha leve queda de
0,05%, aos 93,252 pontos.

O operador da corretora Commcor, Cleber Alessie, destaca que, lá fora,
prevalece algum movimento de busca por risco, o que reflete em ganhos das moedas
emergentes. Investidores acompanham a possibilidade de o governo
norte-americano apresentar nos próximos dias ao Congresso uma proposta para um
novo pacote fiscal de US$ 2,25 trilhões em despesas em infraestrutura.

Para o economista da Guides Investimentos, Victor Beyruti, isso deve
contribuir para o otimismo com a retomada econômica nos Estados Unidos
combinado à recente aceleração do ritmo de imunizações contra a covid-19 no
país.

“Porém, o risco inflacionário que acompanha tamanho impulso e a esperada
alta de impostos corporativos que será utilizada para o financiamento do
projeto mantêm investidores cautelosos”, avalia. Cautela que tem refletido nos
rendimentos das taxas de juros futuros dos títulos do governo norte-americano,
as treasuries, com o vencimento de 10 anos (T-Note) pressionada, novamente
acima de 1,70%, desde ontem.

Alessie reforça que, aqui, investidores seguem atentos à “dança das
cadeiras” em seis Ministérios promovida pelo presidente Jair Bolsonaro, além
do risco de novas trocas nas próximas horas ou dias. “É importante reforçar
que o mercado parece estar enxergando com ‘bons olhos’ as mudanças até
então feitas, acreditando em algum ganho de governabilidade com a aproximação
do Planalto ao Centrão”, diz, ponderando que pandemia no Brasil segue em
momento “delicadíssimo”, com novos recordes nos números de mortes em um dia.

Por fim, o diretor de uma corretora nacional ressalta que, apesar da queda
lá fora, quem deve comandar o “jogo cambial” na primeira parte dos negócios
é a tradicional “briga” da Ptax. “E como é um clássico, o jogo deve ser
equilibrado, mas parece que os vendidos estão mais bem treinados”, comenta.
Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2021 – Grupo CMA