CÂMBIO: Dólar recua com exterior à espera de Biden e Copom

Porto Alegre, 20 de janeiro de 2021 – O dólar comercial opera em queda
frente ao real, após oscilar próximo à linha d’água, seguindo o exterior em
sessão histórica no qual o democrata Joe Biden tomará posse como presidente
dos Estados Unidos, com o mercado à espera de uma temporada de mais estímulos
fiscais no país. Aqui, investidores aguardam a decisão do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central (BC), após o fechamento do pregão,
atentos às orientações futuras (foward guidance) em relação à taxa Selic.

Às 10h09 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em queda de 0,59%
no mercado à vista, cotada a R$ 5,3130 para venda, enquanto o contrato com
vencimento em fevereiro recuava 0,86%, a R$ 5,3155. Lá fora, o Dollar Index
tinha alta de 0,10%, ao redor dos 90,600 pontos.

Hoje, o grande evento global é a posse de Biden como novo presidente
norte-americano. Para o economista da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa,
ele deve sinalizar esforços para ajudar uma economia enfraquecida pela pandemia
de covid-19.

“Ontem, Janet Yellen, indicada para ocupar a secretaria do Tesouro do
país, reafirmou que o novo governo vai propor ao Congresso um pacote fiscal no
valor de US$ 1,9 trilhão voltado, principalmente, a amenizar os efeitos do
elevado desemprego”, comenta. “A ajuda deve vir em um momento em que a
economia norte-americana apresenta sinais de perda de tração neste início de
ano”, acrescenta a equipe econômica do Bradesco.

Sobre a decisão do Copom, os analistas do banco ressaltam que as
atenções se voltam ao comunicado, ante a expectativa unânime dos investidores
de que a taxa básica de juros deverá ser mantida em 2,00% pela quarta vez
seguida. “O Copom deverá destacar elevado grau de incerteza no cenário,
reconhecendo, por um lado, o aumento dos riscos de curto prazo relacionados à
pandemia no cenário global e, por outro, as pressões mais recentes da
inflação doméstica”, avaliam.

O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, diz que “o ideal”
seria uma alteração significativa de sinalizações por parte do Banco
Central, de forma a comportar a necessidade em breve de normalização da taxa
de juros. “Dado o seu caráter ultraestimulativo atual. A se ver”, diz. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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