CÂMBIO: Dólar segue depreciado com forte aversão global ao risco

São Paulo, 8 de março de 2022 – Embora com menos ímpeto, o dólar segue
em queda. A aversão global ao risco foi agravada com o presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, anunciando a proibição a importação do petróleo russo.
Embora exista preocupação com o controle dos preços dos combustíveis no
Brasil, a alta das commodities segue impulsionando o real.

Para o sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, “são movimentos
que trazem forte fluxo de petróleo, é um tabuleiro geopolítico. Isso gera
inflação não apenas no Brasil, mas no mundo todo”.

Além das commodities, Cozzolino ressalta a importância das taxas de juros
brasileiras, que ainda se mostram convidativas, mas faz uma ressalva: “A
questão da eleição ficou de fora com a crise geopolítica, mas poderia ser
ainda melhor caso não houvesse a questão de ingerência na Petrobras”,
lamenta.

Segundo fonte ouvida pela CMA, “as curvas de juros subiram muito no Brasil
nos últimos dias, com grande aporte vindo das commodities. O dólar está
descolado dos outros ativos e da bolsa, mesmo com o Brasil vivendo uma
estagflação”.

A fonte também demonstrou preocupação com os desdobramentos do conflito
geopolítico, e ressaltou a importância da Rússia como grande produtora de
gás e níquel.

De acordo com boletim da Ativa Research, “os mercados ensaiam uma
recuperação na manhã desta terça-feira, após as perdas dos últimos dias”.

O respiro geopolítico, no entanto, não deve durar: “A Rússia reduziu os
ataques com o intuito de fazer uma pausa estratégica, segundo especialistas,
mas para intensificar os ataques novamente nos próximos dias, com as tentativas
frustradas de cessar-fogo”, observa a Ativa.

Por volta das 15h51 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 0,27%,
cotado a R$ 5,0650 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda
norte-americana com vencimento em abril de 2022 recuava 0,87%, cotado a R$
5.101,00.

As informações são da agência CMA.

Copyright 2022 – Grupo CMA