Porto Alegre, 22 de setembro de 2016 – O dólar comercial iniciou mais um
dia em queda ante o real. A divisa reage à manutenção de taxas nos Estados
Unidos, ontem, e à crescente expectativa de que o ajuste fiscal passará no
Congresso ainda neste ano.
Também permanece no radar a reformulação do programa de afrouxamento
monetário do Banco do Japão (BoJ). Até o momento, investidores estão
avaliando essas últimas ações dos bancos centrais das economias desenvolvidas
de maneira positiva para mercados emergentes, que mantêm alta atratividade de
retorno financeiro. Às 10h04 (de Brasília), o dólar comercial recuava 0,56%,
cotado a R$ 3,1930 na venda.
“O saldo da semana, após as reuniões do Fed e BoJ, foi favorável às
moedas dos países emergentes, ao garantir um ambiente de elevada liquidez,
favorecendo as commodities em geral. Diante do enfraquecimento global da moeda
americana, o real deve se manter em torno de R$ 3,20/US$. Essa tendência de
apreciação pode ser favorecida pelo fluxo de capitais externos atraídos pelas
chances de aprovação das medidas fiscais ainda neste ano”, avalia o
economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, em relatório.
Para a Correparti Corretora, os holofotes estão voltados para os
acontecimentos domésticos, passada a decisão do Fed. “O Planalto conseguirá
aprovar as medidas tão necessárias à sua recuperação orçamentária? O
alinhamento entre o executivo e o legislativo está forte o suficiente para que
tais medidas possam ser deferidas? Enfim, estas são algumas questões que devem
coordenar o posicionamento do investidor doméstico nas próximas semanas”,
avalia o operador Ricardo Gomes da Silva Filho.
Dentre os indicadores do mercado interno, Rosa destaca que a prévia da
inflação oficial do País aponta para a intensificação do processo de
desinflação e reforça apostas de corte da Selic (taxa básica de juros) em
outubro. As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 29/10/2024 16:00