SAFRAS (31) – O dólar comercial e as taxas de Depósito Interfinanceiro
(DI) devem continuar operando em alta nas negociações de hoje, enquanto as
notícias do default da Argentina e os problemas enfrentados pelo português
Banco Espírito Santo (BES) aumentam a aversão ao risco nos mercados
internacionais, fazendo com que os investidores retirem dólares dos mercados
emergentes.
A Argentina entrou hoje em default após vencido o prazo para pagamento de
uma das parcelas da dívida reestruturada em 2005 e 2010. Para realizar este
pagamento, a Justiça norte-americana determinou que o país pagasse também
aqueles credores que não aceitaram o desconto no valor dos títulos – os
chamados holdouts -, mas as partes não chegaram a um acordo até ontem (30).
Em Portugal, o BES reportou um prejuízo recorde no segundo trimestre
desse ano, influenciado pela decisão de seu controlador, o Grupo Espírito
Santo (ESI), de usar o banco e seus clientes para arrecadar fundos, a fim de
pagar dívidas de outras empresas do (ESI), que passam por dificuldades
financeiras.
Depois disso, o banco central de Portugal determinou que seja feito um
aumento de capital no BES, para que esse possa atingir os níveis de solvência
desejados.
“Isso tudo deixa os mercados avessos ao risco, e isso puxa a alta do
dólar e ajuda os DIs a acumularem altas”, afirma Luciano Rostagno,
estrategista chefe do Banco Mizuho do Brasil. Para ele, como não há mais
indicadores previstos para serem divulgados hoje, “a tendência de alta nos
mercados deve prevalecer”.
No caso da Argentina, o Brasil é afetado em razão da deterioração de
sua relação comercial com o país. “É um impacto direto. O Brasil já tem um
déficit em conta corrente elevado, balança comercial com dificuldade em ter
superávit. Uma redução nas exportações para a Argentina, que é o terceiro
maior parceiro comercial, pode prejudicar ainda mais o desempenho da balança”,
afirma Rostagno.
O pregão de hoje também reflete as expectativas sobre a publicação do
relatório de emprego dos Estados Unidos amanhã, pelo governo do país. Ontem,
foram publicados dados fortes sobre a economia, criando expectativas de que o
Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) fique mais inclinado a
apertar a política monetária.
Essa expectativa estava influenciando fortemente os mercados de câmbio e
juros no Brasil, em razão da migração do capital estrangeiro dos emergentes
para os Estados Unidos, afirma Jankiel Santos, economista do Espirito Santo
Investment Bank.
Após um indicador fraco da atividade industrial de Chicago, porém, os
títulos da dívida do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) com vencimento em
10 anos reverteram os ganhos, passando a operar em queda, enquanto o dólar
reduziu os ganhos no mercado internacional.
Para Santos, o mercado continua atento à situação dos Estados Unidos,
aguardando a publicação do relatório de emprego amanhã.
Por volta de 14h20 (de Brasília), o dólar comercial subia 1,11%, a R$
2,2680. O contrato futuro para agosto tinha alta de 0,89%, a R$ 2.267,000,
enquanto o futuro para setembro tinha alta de 0,94%, a R$ 2.287,000. As
informações partem da Agência CMA.
(CBL)
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50