CÂMBIO: Dólar sobe ante o real; “lista de Fachin” deve influenciar negócios

Porto Alegre, 12 de abril de 2017 – O dólar opera com alta frente ao real,
após ter iniciado a sessão estável com a diminuição do risco externo,
apesar da relação tensa entre os Estados Unidos e a Rússia envolvendo a
Síria. A divulgação da “lista de Fachin” que autorizou aberta de
inquéritos contra nove ministros do presidente Michel Temer, atingindo
diretamente o governo e os presidentes da Câmara e do Senado, deverá se
sobressair nos mercados. Há pouco, a moeda operava com alta de 0,06%, a R$
3,1470 na venda, enquanto o contrato futuro subia 0,15%, cotado a R$ 3.157.

No mercado futuro, a divisa norte-americana também tem discreta alta de
0,06%, cotado a R$ 3.152,500. Em relatório, a equipe de análise da Guide
Investimentos disse acreditar que as divulgações das gravações em vídeo dos
delatores da Odebrecht poderão causar reação negativa entre os investidores
no curtíssimo prazo, entretanto, não alterou o cenário-base para o médio
prazo.

A Procuradoria Geral da República (PGR) abriu inquérito de investigação
contra nove ministros, dois ex-ministros, três governadores, 29 senadores, 42
deputados federais e um ex-deputado federal. Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG)
e Romero Jucá (PMDB-RR), presidentes de seus respectivos partidos, têm o
maior número de pedidos. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do
Senado, com quatro inquéritos.

Para o operador da corretora Correparti Corretora, Guilherme França
Esquelbek, o dólar comercial também deverá mostrar pressão altista. “A
abertura de inquérito feita pelo ministro [do Supremo Tribunal Federal] Fachin
atingiu em cheio o governo Temer, o que deverá atrasar a pauta de votações
das reformas do governo, principalmente a reforma da Previdência”, afirmou em
boletim matinal.

Ainda estão no radar dos agentes os dados do Banco Central (BC) referentes
ao fluxo cambial na primeira semana de abril, que será informado às 12h30, e
a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para a Selic (taxa básica
de juros), cujo consenso do mercado aponta para redução de 1 ponto
percentual, a 11,25% ao ano. As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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