CÂMBIO: Dólar sobe em meio a melhor cenário externo e pessimismo doméstico

Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2015 – A moeda norte-americana opera em
leve alta um dia após ter atingido o maior patamar desde 25 de outubro de 2004,
cotada a R$ 2,8740. A cotação praticamente estável se divide entre o
otimismo internacional em meio a notícia do cessar-fogo entre Ucrânia e
forças separatistas do país e o quadro negativo da economia doméstica.

“O dólar abriu a sessão de hoje em queda. Além de acompanhar o
exterior, um ajuste técnico dos últimos pregões foi visto, mas com o quadro
econômico e político do País, esse movimento fica limitado”, disse Guilherme
França Esquelbek, analista da Correparti Corretora.

No cenário externo, a Grécia apresentou ontem aos ministros europeus um
pacote de cinco propostas para reestruturar a dívida que o país contraiu no
programa de ajuda financeira, além de negociar novos termos para o resgate e
reverter algumas das medidas de austeridade impostas ao país. O grupo deve
continuar as discussões na segunda-feira (16).

“A despeito das incertezas em relação à Grécia, que seguem presentes,
os mercados nesta manhã respondem de forma positiva ao anúncio de cessar fogo
na Ucrânia e à ação do banco central da Suécia”, afirma Octavio de Barros,
diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco.

Como forma de combater os riscos deflacionários, a autoridade monetária
sueca levou a taxa de juros para campo negativo, passando de 0% para -0,1% e
anunciou um programa de compra de bônus do governo no total de 10 bilhões de
coroas suecas – equivalente a US$ 1,2 bilhão.

Sidnei Moura Nehme, economista da NGO Corretora, considera que a alta dos
últimos dias foi exagerada, e que é possível que a moeda devolva parte do
avanço, voltando para o patamar de R$ 2,80. “Acima de R$ 2,80 é especulação
oportunista”, afirma.

No mercado externo, prevalece a valorização da moeda norte-americana em
relação aos países emergentes e, por isso, a SulAmerica Investimentos
acredita que o real tem espaço limitado para corrigir a forte depreciação
observada nos últimos dias.

A retração da economia também deve pressionar a moeda ao longo do dia. O
Banco Central (BC) divulgou que o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) caiu
0,12% no ano passado, após queda de 0,55% em dezembro ante novembro, já
descontados os efeitos sazonais.

Neste cenário, o dólar comercial tinha alta de 0,13%, para R$ 2,8760 na
compra e a R$ 2,8780 na venda. O contrato da moeda com vencimento em março
avançava 0,20%, para R$ 2.888,000. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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