CÂMBIO: Dólar sobe por receio com EUA e reforma fraca na Previdência

São Paulo, 23 de março de 2017 – O dólar comercial opera em alta,
impulsionado pela aversão ao risco no exterior, em meio às dúvidas sobre a
capacidade do governo dos Estados Unidos para conseguir aprovação do Congresso
do país para reformas econômicas, e no mercado doméstico, diante da
expectativa de possíveis novos recuos do Planalto na reforma da Previdência.

“Os agentes estão à espera da votação na Câmara dos Estados Unidos do
projeto de reforma do atual sistema de saúde, que irá substituir o Obamacare,
com Trump tentando ganhar o apoio dos republicanos, que estão reunidos para
entrar em consenso sobre as propostas do presidente. Isso faz os mercados
operarem sem tendência clara”, disse a equipe de análise da Guide
Investimentos, em boletim matinal.

Ainda como fator externo, existia expectativa com o pronunciamento da
presidente do banco central norte-americano, Janet Yellen, mas a dirigente
afirmou que não comentaria sobre política monetária nem faria projeções
econômicas.

No Brasil, o foco continua sobre os recuos do presidente Michel Temer na
reforma da Previdência. Segundo o economista-chefe da SulAmérica
Investimentos, Newton Rosa, a atitude do Planalto mostra a dificuldade de
articulação política do governo. Além disso, os investidores assimilam a
previsão de que o governo precisará levantar até R$ 58,2 bilhões para
atingir a meta de resultado primário – valor que pode diminuir com ganhos
pontuais de receita e aumento de impostos.

Refletindo essas questões importantes no exterior e no País, o dólar
comercial, que abriu estável a R$ 3,0980 para venda, avançou e chegou à
máxima de R$ 3,1220, alta de 0,77%. Às 10h20 (de Brasília), a divisa
avançava 0,64%, a R$ 3,1180, sendo que no mercado futuro o contrato com
vencimento em abril tinha alta de 0,90%, negociado por R$ 3.123,50.

As informações são da agência CMA.

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