‘-CÂMBIO: MERCADO AGUARDA MELHOR MOMENTO PARA MANTER POSIÇÃO COMPRADA

Porto Alegre, 29 de outubro de 2014 – Com o fim do “furor” causado pelo
período eleitoral, o dólar comercial volta a operar em queda, refletindo a
venda de dólares de grandes investidores institucionais e de bancos em um
momento em que “não é mais interessante” ter posição na moeda estrangeira,
avaliam agentes de mercado.

Embora investidores aguardem agora o anúncio da nova equipe econômica do
novo governo de Dilma Rousseff, sem novos sinais de recuperação nos Estados
Unidos, os investidores com posição na moeda norte-americana devem continuar
buscando acomodação.

“A eleição vinha direcionando o movimento especulativo. Agora, o
investidor parece voltar mais à realidade. Os bancos estão comprados e
começam a vender porque não é interessante agora ficar com forte posição
comprada, então acredito que o dólar consiga até ir mais para baixo, em torno
de R$ 2,47”, afirma José Roberto Carreira, operador de câmbio da Fair
Corretora.

Em relatório, a SulAmérica Investimentos afirma que a desvalorização da
moeda reflete o “crescimento desequilibrado” da economia dos Estados Unidos,
o que leva os investidores a “ajustar suas perspectivas sobre o momento em que
os juros começarão a subir” no país.

Por isso, o foco deve continuar, ao longo do dia, sobre a reunião do
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve
(Fed, o banco central norte-americano), que anunciará sua decisão de
política monetária à tarde.

“É esperado o término do programa de ativos nesta reunião. A atenção
dos investidores se voltará para o comunicado que será divulgado após o
encontro, que além de reiterar a permanência dos juros próximos de zero,
poderá apresentar alguma indicação sobre o momento em que o Fed começará o
aperto monetário”, diz o relatório.

Para Carreira, porém, o impacto da decisão da autoridade monetária,
assim como o anúncio da Selic (taxa básica de juros) pelo Comitê de Política
Monetária (Copom) hoje no Brasil, só deverão ter força para direcionar o
mercado caso venham diferente das expectativas dos investidores.

“Enquanto não houver o anúncio do novo ministro da Fazenda, o governo
deve continuar usando os paliativos de não mexer no preço da gasolina e fazer
os leilões de swap para manter esse dólar baixo”, diz.

Por volta das 10h05 no horário de Brasília, o dólar operava com queda de
1,21%, cotado a R$ 2,444 na venda. No mercado futuro, os contratos da moeda com
vencimento em novembro tinham recuo de 0,64%, a R$ 2.448,000, enquanto os com
vencimento em dezembro caíam 0,36%, a R$ 2.478,00. As informações são da
Agência CMA.

Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS

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