CÂMBIO: Puxado por aversão ao risco, dólar se aproxima dos R$ 5,00

Porto Alegre, 26 de abril de 2022 – O dólar acelerou o ritmo de alta e
já flerta com os R$ 5,00. As incertezas sobre a retomada econômica chinesa
ganham força, ao mesmo tempo que a tensão aumenta com a aproximação da
próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em
inglês), na próxima semana. O clima de aversão ao risco é global, e afeta
especialmente as moedas emergentes.

Para o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, “a possibilidade
de Pequim entrar em lockdown contribuiu diretamente para afetar mais as moedas
emergentes”. Beyruti acredita que o fed# mais agressivo afete o desenvolvimento
futuro: “O cenário é desafiador para o crescimento global.

Por mais que os juros brasileiros continuem convidativos, a situação mudou
nas últimas semanas: “Estávamos muito baratos, com o Banco Central (BC)
subindo a Selic (taxa básica de juros) de modo antecipado. Também houve uma
piora no cenário fiscal, além das incertezas fiscais e ruídos entre o Supremo
Tribunal Federal (STF) e Governo”, contextualiza Beyruti.

De acordo com a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack,
“à medida que o Fomc se aproxima, o espaço para a valorização do real fica
reduzido. Em conjunto, temos a China, que preocupa os mercados com o avanço
dos lockdowns. Isso afeta a cadeia de suprimentos e a inflação”.

Abdelmalack explica que este movimento acaba afetando as moedas emergentes,
fortemente atreladas às commodities, e consequentemente valoriza o dólar
globalmente.

Há pouco, o dólar comercial subia 2,35%, cotado a R$ 4,9930 para venda. No
mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de
2022 avançava 2,31%, cotado a R$ 4.998,50.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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