Porto Alegre, 26 de maio de 2022 – O dólar segue subindo, com direção
definida. Os temores que os dados decepcionantes da economia norte-americana
gerem não apenas uma desaceleração, mas uma recessão, aumentam e ganham
força no mercado.
Segundo o sócio da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, hoje
observamos um movimento de respiro do real, com as commodities impulsionando o
fluxo estrangeiro, além dos juros praticados no
Brasil. Apesar dos riscos conhecidos político e fiscal o dólar está
caminhando novamente para os R$ 4,60.
Cozzolino entende que a longo prazo o dólar tende a passar a o bastão
para o yuan, moeda chinesa: Parece que é um ciclo de enfraquecimento, inclusive
contra o DXY (cesta de moedas desenvolvidas). O dólar já não é tão mais
forte quanto antes, explica.
De acordo com o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas
Borsoi, “hoje é o desenrolar dos últimos dias, chegamos a um ponto de
indefinição quanto aos rumos do mercado”.
Borsoi vê um cabo de guerra entre duas forças distintas: “Existe a
perspectiva de enfraquecimento do dólar, com os dados vindo abaixo do esperado.
E isso tende a beneficiar o real. O crescimento da China, porém, é
preocupante, e isso pesa sobre a nossa moeda”, contextualiza.
Além disso, Borsoi mostra preocupação com a discussão sobre o teto do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e uma eventual
troca no conselho da Petrobras, situações que poderiam gerar uma percepção
no quadro fiscal.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “a ata do
Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) parece atrasada. Os
riscos de recessão nos Estados Unidos são cada vez maiores, o mercado mudou
muito nas últimas semanas e isso tem gerado volatilidade no câmbio.
Existem incertezas de como ele (o Fed) irá lidar com a inflação, muita gente
acha que o Fed está atrás da curva”.
Komura, por outro lado, entende que a China também não inspira otimismo:
“Eles têm anunciado vários estímulos, mas o mercado está revendo o
crescimento para baixo. Ainda assim a China tem ajudado a nossa balança
comercial”, analisa.
Por volta das 15h10 (horário de Brasília), o dólar comercial caía
1,07%, cotado a R$ 4,7690 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda
norte-americana com vencimento em junho de 2022 recuava 1,17%, cotado a R$
4.774,00. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 13/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 66,75Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45