CÂMBIO:Dólar segue exterior e cai; cautela pré-Datafolha pode limitar queda

Porto Alegre, 25 de outubro de 2018 – O dólar comercial abriu o pregão em
baixa, pressionado pela retomada do apetite por risco no exterior após o clima
de cautela que dominou o mercado global ontem em função da tentativa
frustrada de ataques a bomba nos Estados Unidos a lideranças do Partido
Democrata – que faz oposição ao governo do presidente Donald Trump.

O dólar também perde força em relação a moedas de outros países
emergentes, como o peso mexicano (-0,51%) e a lira turca (-0,81%), embora esteja
operando em alta na comparação com o rublo russo (+0,23%). No Brasil, o
dólar comercial cai 0,96% no pregão à vista, a R$ 3,7120 para a venda,
enquanto no mercado futuro o contrato da moeda com vencimento em novembro cai
0,58%, para R$ 3,7120.

O fortalecimento do real, no entanto, pode esbarrar em fatores internos e
externos ao longo do pregão. Em relatório, a Correparti aponta que “não
descartamos um movimento de proteção, no aguardo da divulgação da pesquisa
da Datafolha de hoje à noite, de fundamental relevância as vésperas da
definição das eleições presidenciais”.

A relevância da pesquisa deve-se em parte ao fato de que outro grande
levantamento recente, feito pelo Ibope, mostrou queda no apoio ao candidato a
presidente Jair Bolsonaro (PSL). Boa parte da desvalorização do dólar no
Brasil foi montada com base em apostas de que ele vencerá a eleição e
adotará uma agenda econômica liberal, baseada em privatizações e no
encolhimento da máquina pública.

Em entrevista concedida ontem à Agência CMA, o gestor da Leme
Investimentos, Paulo Petrassi, disse que “se diminuir a diferença entre
[Fernando] Haddad e Bolsonaro, o mercado pode dar uma estressada.”

Também pesa sobre o sentimento do mercado mundial de câmbio um conjunto
de incertezas em relação ao comércio global – e em particular as relações
entre Estados Unidos e China -, ao andamento das negociações sobre o divórcio
do Reino Unido e da União Europeia e às tensões internacionais relacionadas
ao assassinato de um jornalista na embaixada da Arábia Saudita na Turquia. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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