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‘-CANA-DE-AÇÚCAR: PROGRAMA CANA IAC COMPLETA 20 ANOS

23 de junho de 2014
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SAFRAS (23) – Tudo começou com uma rede virtual de trabalho, há duas
décadas. O conceito, ainda pouco difundido à época, veio do fato de haver
alguns pesquisadores científicos em Campinas, outros em Ribeirão Preto e
nenhum quartel-general que pudesse ser chamado de “seu” pela equipe que se
propunha a pesquisar cana-de-açúcar. Naquele momento, a cultura não
despertava atenção nem credibilidade. Pelo contrário. Agora, tudo mudou. O
Produto Interno Bruto (PIB) do setor sucroenergético cresceu 44%, nos últimos
cinco anos. Já no Programa Cana IAC, passados 20 anos, a rede de trabalho,
além de real é de excelência, com experimentos em 750 pontos e resultados que
alcançam 11 Estados brasileiros, além de outros países. Tudo graças à
capacitada equipe e uma estrutura física que inclui unidades inéditas no
Brasil. Este é o Programa Cana IAC, do Instituto Agronômico, de Campinas,
referência nacional e exemplo para os países interessados na produção de
etanol a partir da cana, que comemora 20 anos nesta terça-feira, 24, às 9h, no
Centro de Cana do Instituto, em Ribeirão Preto, interior paulista. O evento
faz parte das comemorações do 127. aniversário do IAC, que será realizado
em 26 de junho, em Campinas.
O evento de comemoração dos 20 anos do Programa Cana IAC contará com
apresentação de palestras e homenagens. O Diretor do IAC, Sérgio Augusto
Morais Carbonell, vai proferir a palestra “IAC: 127 anos de inovação” e o
pesquisador e líder do Programa Cana, Marcos Guimarães de Andrade Landell, vai
falar sobre a “História e resultados do Programa Cana IAC”. Os
pesquisadores Leila Luci Dinarnado-Miranda e Mauro Alexandre Xavier vão
ministrar as palestras “Estado da Arte – Programa Cana IAC” e “Programa
Cana e a interação com o setor sucroenergético”, respectivamente.
O crescimento do PIB sucroenergético, levantado pelo estudo do Markestrat,
foi acompanhado por aumentos de custos de produção. Mas estes poderiam ter
sido maiores, caso o segmento não tivesse à disposição todos os pacotes
tecnológicos gerados pelas instituições de pesquisa. Só o IAC é
responsável por 23% dos materiais lançados no Brasil na última década,
segundo Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador do IAC, da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
Em 2014, o Programa Cana IAC completa 20 anos. Jovem e já com um
currículo pra lá de robusto. São 22 variedades desenvolvidas, além de
pacotes tecnológicos que têm viabilizado o sucesso da canavicultura paulista
em outras regiões brasileiras, além de viabilizar o dobro da produtividade no
México, que tem adotado soluções IAC.
Focado na prospecção de demandas e na realização de pesquisa para
atender às necessidades levantadas, o universo de atuação do Programa Cana
IAC envolve o desenvolvimento de variedades – o principal insumo tecnológico
– e de tecnologias de produção para diversas regiões do Brasil, não apenas
as que já produzem cana, como também aquelas que têm potencial para tal.
Décadas atrás, os estudos focavam somente produtividade, mas outros
fatores, como sustentabilidade, passaram a integrar o cenário de produção.
Essa mudança levou a equipe do Programa Cana IAC a identificar, em cada estudo,
as oportunidades para gerar benefícios. O desenvolvimento de variedades para
regiões restritivas, com déficit hídrico, gerou um perfil de cana mais
eficiente no aproveitamento da água disponível no solo. “Assim estamos
viabilizando a canavicultura de sequeiro, reduzindo a irrigação e, portanto,
tornando a atividade mais sustentável”, explica Landell, líder do Programa
Cana IAC.
Essa mesma sustentabilidade permeia os materiais IAC também sob o ponto de
vista fitossanitário. “Ao desenvolver variedades resistentes, contribuímos
para dispensar o uso de bactericidas e fungicidas para o controle de
doenças”, diz.
As tecnologias geradas têm contribuído para que a canavicultura possa ser
estendida para regiões com características restritivas, áreas que foram
desprezadas no primeiro momento de expansão da cultura. “Naquele momento,
ocupar alguns espaços era um verdadeiro desafio, esses obstáculos vem sendo
superados graças aos pacotes tecnológicos que envolvem variedades regionais
associadas ao manejo”, explica Landell. Esse manejo inclui desde a nutrição,
controle de pragas, adubação até a adequação de períodos de plantio,
número de cortes e colheita.

Primeira década do Programa Cana IAC

No Estado de São Paulo, graças ao trabalho do IAC, as pesquisas com cana
iniciaram-se bem antes de o setor chegar aos holofotes. Os primeiros
experimentos datam de 1892 e envolviam 42 variedades cultivadas em duas
condições distintas. Entretanto, foi em decorrência do mosaico – doença
que quase exterminou os canaviais paulistas – e da necessidade iminente de
conter a propagação desse mal que foram criados, em 1933, a seção de cana do
Instituto e o trabalho de melhoramento genético, com o objetivo de, naquele
primeiro momento, barrar a expansão da praga.
Durante as décadas de 40 e 50, o IAC obteve as primeiras variedades
brasileiras melhoradas: IAC48-65, IAC50-134, IAC51-205 e IAC52-150,
desenvolvidas em um momento de expansão da cultura canavieira. Essa fase se
consolidou mais tarde, com o Pró-Alcool, implementado nos anos 70. Naquele
período, foram criadas importantes instituições de pesquisa – como a
Planalsucar e a Copersucar – que dinamizaram a pesquisa canavieira no País.
Entretanto, no IAC, a programação científica não contemplava a
cana-de-açúcar.
Em meados dos anos 80, quando a Planalsucar e a Copersucar recuaram em suas
atividades, o IAC deu uma guinada e retomou as pesquisas a partir de uma
motivação da própria Instituição, impulsionada pelo apoio do setor
sucroenergético, preocupado com a estagnação nas pesquisas. Reorganizada a
estrutura administrativa da seção de cana, a atuação passou a ser de forma
virtual, com atividades descentralizadas – em polos localizados em Piracicaba,
Jaú, Ribeirão Preto, Mococa, Pindorama e Assis. Surgia então, entre 1991 e
1992, o Programa Cana IAC – que seria efetivamente estabelecido em outubro de
1994, com o apoio de empresas de açúcar e álcool e da Fundação de Apoio à
Pesquisa Agrícola (Fundag), por meio do ProCana, projeto na área de
melhoramento.
A iniciativa foi idealizada pelos pesquisadores Pery Figueiredo, Marcos
Guimarães de Andrade Landell e Mário Pércio Campana. Reuniram-se todos os
pesquisadores e especialistas em cana-de-açúcar, sediados nas seis regiões
onde as pesquisas passaram a ser conduzidas.
Em 1994, novos pesquisadores foram contratados e os primeiros resultados
chegaram três anos depois, com o lançamento de quatro variedades de cana:
IAC82-2045, IAC82-3092, IAC86-2210, IAC87-3396. Em 2002, foi lançada a
IAC86-2480 – primeira variedade de cana forrageira no Brasil. Destinada à
alimentação animal, oferecia aos rebanhos ganho de peso de até 18%. Em 2004
e 2005, outros oito novos materiais foram lançados: IAC91-2195, IAC91-2218,
IAC91-5155, IACSP93-6006, IACSP93-3046, IACSP94-2101, IACSP94-2094,
IACSP94-4004.
Em 2007, o Programa Cana IAC lançou outras quatro variedades de
cana-de-açúcar, feito que se repetiu em 2010, com outros quatro materiais, e
em 2013, com mais dois. Em 2008, o Governo do Estado de São Paulo e o do
Estado de Veracruz, no México, com o apoio do Grupo Piasa, firmaram um acordo
de cooperação. Desde então, as tecnologias IAC têm proporcionado, em áreas
experimentais, produtividade 50% superior à obtida com os materiais mais
cultivados no México. Em 2013, o Instituto Agronômico disponibilizou cinco
variedades de cana já usadas no Brasil, para os Estados de Varacruz e Oaxaca,
no México.
O Programa Cana IAC implantou ainda Estação de Hibridação na Bahia, em
2009, referência no Brasil e no mundo, destinada à campanha de hibridação.
Em 2010, foi inaugurada a primeira Câmara de Fotoperíodo do Brasil, no Centro
de Cana, em Ribeirão Preto, que permite antecipar em 90 dias o florescimento da
espécie.
O Programa Cana IAC abriga ainda uma biofábrica, com capacidade para
produzir cerca de quatro milhões de mudas de cana, por ano, inaugurada em 2013,
juntamente com o Núcleo de Produção de Mudas.

Identificação de demandas e pacotes tecnológicos IAC

As ações do Programa Cana IAC envolvem, além do melhoramento genético,
o desenvolvimento e a transferência de pacotes tecnológicos responsáveis pelo
bom desempenho da cultura no campo. Atualmente, 156 atividades estão em
andamento, entre ensaios e projetos, visando benefícios para as diversas etapas
da cadeia de produção. Na vasta gama de trabalho, destacam-se os seguintes
projetos:

Previclimacana

Faz estimativa de produção da cana, atualizado mês a mês, gera
previsão de produtividade e traz perspectiva de volume de matéria-prima para
as usinas conveniadas, com levantamento de biomassa.

Ambicana

A partir de um diagnóstico das condições de determinado ambiente,
oferece uma avaliação das potencialidades de implantação de um canavial em
determinada região. O principal benefício é a orientação sobre a variedade
mais adequada à localidade, melhorando ganhos de produção em até 25%. Faz a
base da caracterização para implantação de novos plantios de cana ou para
otimização de tecnologias. Com uma década de atuação, alcança 1.200
milhões de hectares nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia,
Pernambuco, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Sanicana

Objetiva reduzir as perdas por pragas e doenças, por meio de um programa
de manejo integrado, com orientações sobre as técnicas mais corretas,
economicamente viáveis e seguras ao ambiente.

CanaLimpa

Oferece o diagnóstico de uma das principais doenças da cana-de-açúcar,
o raquitismo-de-soqueira, antes de o material contaminado ir a campo na
instalação ou na renovação de um canavial.

Rhizocana

Orienta as estratégias de preparo e manejo nas diferentes classes de solo,
a fim de evitar a subsolagem de forma precipitada e desnecessária, o que
demandaria gasto de energia e de dinheiro, além do risco de destruir a
estrutura do solo.

Cana Forrageira

Focado no estudo de variedade voltada para a alimentação animal.

Canalimpa

Oferece serviços de diagnósticos para as principais doenças bacterianas,
fúngicas e virais da cana-de-açúcar, por meio de técnicas de microbiologia,
imunologia e biologia molecular. O diagnóstico de raquitismo-da-soqueira e
escaldadura-das-folhas tem por objetivo avaliar a qualidade fitossanitária dos
viveiros de mudas, assegurando ao produtor a utilização de mudas sadias e,
consequentemente, retorno em produtividade.

Matologia

Preconiza de forma sustentável o manejo das plantas daninhas em canaviais.
A recomendação de herbicidas é baseada no histórico das plantas daninhas,
nas condições do clima no momento da aplicação e nos meses seguintes a ela,
além de aspectos ligados à físico-química dos herbicidas e à textura do
solo, com o ajuste da dose dos produtos.
O projeto Matologia, em conjunto com o projeto Sanicana, é credenciado
junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e oferece,
em parceria com o setor privado, validação de moléculas novas de herbicidas
emitindo laudos oficiais de aplicabilidade agronômica. Oferece treinamento de
recursos humanos, desde a iniciação científica até trabalhos de conclusão
de cursos, mestrado e doutorado.

Estrutura

Em 2005, quando foi criado o Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, o
Programa Cana IAC contava com 55 profissionais. Hoje tem cerca de 120, atuando
de forma interativa no Centro de Cana, na Estação de Hibridação, na Bahia,
nas regiões brasileiras onde há experimentos do IAC, incluindo Goiás, Minas
Gerais, Pernambuco, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Cerca
de 140 empresas são vinculadas à rede de experimentação do Programa Cana
IAC.

Segundo Landell, a ampliação resulta das novas exigências da organização da
pesquisa. O investimento em profissionais é fundamental para reforçar as
captações externas de recursos do Programa junto às agências de fomento.
“O Programa Cana IAC cresceu por inteiro, incluindo resultados gerados,
captação de recursos, número de associados, eficiência da gestão,
prospecção de demandas, visibilidade e credibilidade”, avalia.

SERVIÇO
20 anos do Programa Cana IAC
Data: 24 de junho de 2014
Horário: A partir das 9h
Local: Centro de Cana IAC
Endereço: Rodovia Antonio Duarte Nogueira, km 321 (Anel Viário Contorno Sul),
Ribeirão Preto – SP

As informações partem da assessoria de imprensa do IAC.
(FR)

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
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