Porto Alegre, 26 de janeiro de 2015 – A eletricidade proveniente da
biomassa de cana-de-açúcar, uma das alternativas energéticas renováveis mais
eficientes disponíveis no Brasil, ganha um reforço adicional: a criação do
Selo Energia Verde, que certificará empresas produtoras e consumidoras de
energia limpa e renovável.
Desenvolvido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em um
acordo de cooperação com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE), o Selo Energia Verde será entregue por meio de um certificado atestando
que pelo menos 20% da energia elétrica consumida pelas empresas são
produzidos de forma sustentável.
A criação do Selo Energia Verde representa a entrada em vigor do Programa
de Certificação da Bioeletricidade, que permitirá a troca de informações
entre UNICA e CCEE, como a confirmação sobre a origem contratual da energia
comercializada pelas usinas movidas a biomassa de cana no mercado livre de
energia.
Além das empresas consumidoras, também receberão o selo as usinas
geradoras de bioeletricidade que atendem a critérios de sustentabilidade
constantes do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro Paulista,
assinado pelo governo de S. Paulo e o setor sucroenergético em 2007, e
requisitos de eficiência energética.
O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata
Ferreira, destaca a satisfação da instituição em fazer parte de um projeto
importante como este. “A verificação, pela CCEE, do cumprimento dos
critérios pelas usinas e consumidores permitirá que o Selo Energia Verde se
torne um diferencial, que agregará valor tanto para o gerador como para o
comprador da energia produzida a partir da biomassa da cana-de-açúcar”,
afirma Barata.
Em 2014, foram produzidos 20.815 mil gigawatts/hora (GWh) de energia
elétrica proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa
quantidade seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou o equivalente
a 52% da energia que será produzida por Belo Monte, a partir de 2019. Além
disso, sem o uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de
emissões de CO2 na atmosfera seria 24% maior.
Ainda assim, a bioeletricidade pode ir além. “Com o pleno uso
energético da biomassa da cana, o potencial técnico dessa fonte poderia chegar
a 20 mil MW médios até 2023, o que corresponde à energia produzida por duas
usinas Itaipu. E, certamente, este programa de certificação contribuirá para
aproveitarmos cada vez mais o seu potencial”, avalia Elizabeth Farina,
presidente da UNICA.
Primeiros certificados
Os primeiros selos Energia Verde foram entregues pela UNICA e CCEE em
cerimônia de lançamento, realizada hoje (26/1) na sede da UNICA, em São
Paulo. Foram contempladas, na categoria de consumidores, as empresas Duratex e
Unilever, que adquirem eletricidade gerada por biomassa de cana-de-açúcar
comercializada no mercado livre de energia elétrica. Entre os produtores,
receberam a certificação as usinas Adecoagro, Alta Mogiana, Guarani (Grupo
Tereos), Noble, Raízen, São Martinho e Zilor.
As informações partem da assessoria de imprensa da Unica.
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