Porto Alegre, 2 de abril de 2018 – As recentes altas no preço do milho e
do farelo de soja preocupam os pecuaristas de todo o país que investem na
terminação de bovinos em confinamento. O milho, por exemplo, que subiu 4% nos
últimos 30 dias, de acordo com levantamento do CEPEA/USP, sendo cotado a R$
40,00 a saca de 60 kg, é o principal ingrediente da nutrição de bovinos
confinados e semiconfinados, representando em média 70% do custo da dieta.
“A alta dos insumos impacta na diária dos bovinos. Segundo levantamento
da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), o custo diário por
animal tem variado entre R$ 8,00 e R$ 9,00. Nossa expectativa é que os custos
recuem nas próximas semanas, a partir da melhor definição da safrinha de
milho. O milho vencimento maio já indica uma queda para R$ 37,5/sc. Esperamos
trabalhar com o custo diário médio entre R$ 7,00 e R$ 8,00 ao longo do ano.
Porém, neste momento a situação ainda é altista”, analisa Bruno Andrade,
gerente executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon).
Alberto Pessina, presidente da Assocon, explica que o cenário atual é
desafiador e pode haver redução do volume de animais confinados,
principalmente no segundo giro de engorda. “Se os custos continuarem elevado,
a intenção de confinamento pode recuar em até 10%”, informa o dirigente.
O panorama atual não cobre os custos de produção do confinamento. “A
conta não fecha. O contrato para outubro paga R$ 148,50 pela arroba do boi
gordo, com o milho valendo R$ 37,50, gera um lucro de R$ 6,00/cab em São Paulo.
Essa realidade inviabiliza a entrega do boi com lucro no segundo giro do
confinamento”, informa Alberto Pessina.
“Alguns fatores que, certamente, ajudariam a atividade seriam a queda
significativa nos preços dos animais de reposição e a demanda interna firmar
e começar a aceitar a pagar mais na carne bovina. Além disso, se o movimento
de alta e as exportações continuarem firmes, tudo se encaixaria positivamente
para o confinamento. Porém, não podemos esquecer que estamos em um ano de
maior oferta de vacas”, acrescenta Pessina.
Essas oscilações mostram que é sempre positivo se preparar para o
período de confinamento, armazenando matérias primas e estocando insumos.
“Quem comprou insumos na baixa tende a manter os níveis de alojamento de
animais sem dificuldades”, ressalta o presidente da Assocon.
Em 2017, o movimento de queda nos preços acabou gerando oportunidade de
até R$ 20/@ para aqueles que compraram a reposição na baixa e exploraram a
recuperação do mercado. Ou seja, o confinador terá cada vez mais que saber
olhar para fora da porteira e identificar as oportunidades. Ferramentas que
auxiliam a identificar o final de movimento de queda ou alta nos preços passam
a ser essenciais para a gestão.
No início do ano, a Assocon projetou crescimento de 12% em animais
confinados em 2018 em comparação ao ano passado, atingindo de 3,8 milhões a 4
milhões de cabeças. As informações partem da assessoria de imprensa da
Assocon.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40