Porto Alegre, 25 de maio de 2023 – Dois anos atrás, o anúncio oficial da Organização Mundial
de Saúde Animal (OMSA), reconhecia Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia, além de partes do
Amazonas e do Mato Grosso, como zonas livres da febre aftosa sem vacinação, que somava 48 milhões
de bovinos. Desde então, seguindo o Plano Estratégico para o Programa Nacional de Vigilância para
a Febre Aftosa (PE-PNEFA), 70% do rebanho brasileiro já está em áreas que não praticam mais a
vacinação contra a doença, o equivalente a 161 milhões de bovinos. Esses animais estão em
áreas em que a estrutura e o sistema de vigilância foram reforçadas, condição fundamental para
que a vacinação fosse suspensa.
Nesse cenário, em que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) desenvolve o PE-PNEFA,
seguindo a diretriz do Programa para alcançar a meta até 2026, que é ter o país completamente
livre da aftosa sem o uso da vacinação, o médico veterinário e auditor fiscal federal
agropecuário (Affa) Nilton Antônio de Morais, que é chefe da Divisão de Prevenção e
Vigilância Animal I do Departamento de Saúde Animal do Mapa (DIVIG I/DSA/SDA/Mapa), está otimista
com os resultados alcançados até o momento.
Segundo ele, estimando apenas o custo direto do quadro atual, somente a suspensão da vacina, em
uma etapa, elimina um gasto de, aproximadamente, R$ 400 milhões para os produtores, responsáveis
por custear a compra das vacinas. Esse valor é calculado levando-se em conta que sete estados
deixaram de imunizar os rebanhos contra a aftosa, até agora, além da área reconhecida em 2021. “O
ganho maior é a melhoria da estrutura do Serviço Veterinário Brasileiro, que certifica a
exportação. No ano passado, o Brasil exportou 1,2 milhão de toneladas de carne bovina e 1,12
milhão de carne suína e isso gerou 15,5 bilhões de dólares, o equivalente a 25% da produção
brasileira de carne bovina e 22% da carne suína”, avalia.
A meta de obter o reconhecimento internacional do Brasil livre de febre aftosa sem vacinação
está prevista para ser alcançada daqui a três anos (2026), mas ainda restam obstáculos a serem
vencidos. Antes, é importante destacar que o PE-PNEFA divide o Brasil em cinco blocos e prevê 102
ações que devem culminar com o Estado ou área livre da doença sem a vacinação. Hoje, o Brasil
já tem quatro áreas livres de febre aftosa reconhecidas pela OMSA sem vacinação: Rio Grande do
Sul; Santa Catarina; Paraná; Acre; Rondônia e alguns municípios do Amazonas e Mato Grosso. No
total, mais sete estados já estão com a vacinação proibida e 15 seguem livres da doença, mas
ainda com a vacinação.
Nilton informa que, em reunião realizada em abril deste ano sobre o Plano Estratégico, foi
tomada a decisão de não mais vacinar o rebanho de São Paulo contra a aftosa a partir de novembro
de 2023. Esclarece que, desde então, o estado passa a seguir normas rígidas, impostas para a
retirada da vacinação. “A febre aftosa é uma doença que requer estrutura para sua
erradicação”, frisa. As informações são do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais
Agropecuários (ANFFA Sindical).
Revisão:
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30