Porto Alegre, 11 de março de 2016 – Os governos do Brasil e dos Estados
Unidos devem concluir, ainda neste primeiro semestre, a abertura recíproca de
mercados à carne bovina resfriada e congelada. Segundo a secretária de
Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo, ainda restam negociações
sobre saúde pública para a habilitação do Brasil à exportação de carne
bovina in natura aos EUA.
A secretária destaca que o “boi verde”, como é conhecido o gado
brasileiro, produz uma carne saudável, com baixo teor de gordura, indo ao
encontro de tendências de consumo nos mercados mais seletivos do mundo, como o
norte-americano.
As tratativas entre os dois países vão resultar na definição de um
modelo de Certificado Sanitário Internacional para amparar os embarques do
produto e a habilitação pelos Estados Unidos, com base em indicação prévia
do Mapa dos estabelecimentos brasileiros exportadores (pre-listing).
Os Estados Unidos publicaram a norma autorizando a importação de carne
bovina in natura de 13 estados brasileiros (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins) e do Distrito Federal, em
junho do ano passado, quando a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e
Abastecimento) negociou com o governo americano o fim de uma restrição de 15
anos.
O pedido para exportação de carne bovina in natura brasileira para os
Estados Unidos foi feito em 1999. Desde então, o Brasil e os EUA trocaram
diversas informações sobre os controles brasileiros em saúde animal.
Os Estados Unidos são o maior produtor e consumidor mundial de carne
bovina. Em 2015, o país produziu 10,9 milhões de toneladas, ou 18,58% do total
mundial de 58,4 milhões de toneladas. Os norte-americanos consomem 11,4
milhões de toneladas, ou 20,2% do consumo mundial de 56,5 milhões de
toneladas.
Potencial
No período de 2011 a 2015, as importações de carne bovina fresca e
congelada dos EUA cresceram na ordem de 67%, saltando de 933 mil toneladas para
1,56 milhão de toneladas. Os números levantados pelo adido agrícola do Brasil
nos EUA, Luiz Claudio Caruso, demonstram o potencial do mercado de carne bovina
dos EUA.
Cerca de 12% a 15% da carne consumida nos EUA é importada de outros
países. São produtos mais magros, de animais alimentados a pasto. Isso porque
o gado americano produzir uma carne com alto percentual de gordura que dificulta
sua utilização na produção de carne moída, principalmente, para
hambúrguer.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial e o maior exportador de carne
bovina do mundo. “O país é um exemplo para o mundo de como produzir de forma
sustentável, garantindo um produto de qualidade e com escala capaz de suprir
qualquer mercado consumidor do mundo”, enfatiza Tatiana Palermo.
“Espera-se que a abertura do mercado norte-americano seja mais um passo
na busca do setor pecuarista em se consolidar como o maior e melhor produtor de
carnes do mundo”, diz a secretária.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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