Porto Alegre, 15 de julho de 2016 – As exportações brasileiras de carne
bovina in natura e industrializada cresceram 1,3% em receita e 12% em volume,
no primeiro semestre deste ano em comparação com igual período de 2015. Os
dados são do balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria
Exportadora (Abiec).
“A melhoria no câmbio resultou no aumento significativo no volume das
exportações de carne bovina”, analisa o diretor técnico da Sociedade
Nacional de Agricultura (SNA) José Milton Dallari.
No acumulado de janeiro a junho deste ano, a receita do setor superou US$
2,8 bilhões e os embarques totalizaram 736 mil toneladas de carne. A carne in
natura liderou as exportações, com 573 mil toneladas e faturamento de US$ 2,2
bilhões.
De acordo com a Abiec, o resultado reflete o aumento da comercialização
para Hong Kong entre os países ou regiões, seguido pela China, que acaba de
completar um ano da reabertura do mercado para o produto brasileiro.
De janeiro a junho de 2016, a China importou 87 mil toneladas de carne
bovina brasileira, o equivalente à receita de US$ 365 milhões. “Com as
exportações para a China, esperamos que este ano o Brasil alcance os mesmos
resultados de 2014, quando foram exportadas 1,5 milhão de toneladas”, projeta
Camardelli.
Dallari afirma que as vendas para a China continuarão crescendo. “Assim
que forem resolvidas as questões sanitárias, o Brasil deverá ocupar espaço
em outros países asiáticos (Vietnã, Malásia e Filipinas) que são servidos
por carne australiana”, prevê.
‘COTA HILTON’
Segundo a Abiec, de junho de 2015 a junho de 2016, o Brasil atingiu 92.9 %
das 10 mil toneladas da “Cota Hilton”, concedida pela União Europeia ao
País. A Cota refere-se à venda de cortes especiais do quarto traseiro, de
novilhos precoces, com preço no mercado internacional mais alto do que a carne
em geral.
“Há algum tempo, a indústria começou a organizar seu fornecimento para
atender aos critérios da cota e aproveitar a vantagem que se tem na tarifa de
importação, que é de 20% sobre o valor do produto”, explica Fernando
Sampaio, diretor-executivo da Associação. A tarifa extra cota é de 12,8% mais
303,4 euros por 100 quilos de carne.
“Nos anos de 1991 a 1993, quando trabalhei na Abiec, conseguimos aumentar
a cota de 5 mil para 10 mil toneladas anuais. Desde então, a entidade tem se
esforçado no sentido de ampliá-la”, ressalta Dallari. “O Brasil tem
competência técnica e sanitária para ampliar o fornecimento para 20 mil
toneladas”, garante o diretor da SNA, lembrando que a cota Argentina é de 38
mil toneladas.
Na opinião de Camardelli, a Cota Hilton, de 10.000 toneladas para carne de
alta qualidade, cria barreiras sanitárias além de outras dificuldades, com a
alimentação dos animais exclusivamente a pasto e colocação de brincos à
desmama. “Nosso desempenho só aumentou porque a diferença de preço compensa
cumprir as exigências, mas a cota continua sendo prejudicial ao País.”
O presidente da Abiec destaca ainda que o Brasil é um dos grandes
fornecedores de carne bovina para o mercado consumidor europeu, que é muito
exigente em relação à sanidade e à rastreabilidade. “Chegamos a exportar
mais de 400 mil toneladas para a Europa, mas, a partir de 2008, os embarques
começaram a cair e hoje está ao redor de 120 mil toneladas por ano.”
BOA NOTICIA
Uma boa notícia para o setor é que, no fim de junho, o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) validou o protocolo de acesso à
Cota 481, que prevê a exportação de carne de alta qualidade, inclusive
produzida em confinamento para a União Europeia.
O documento foi elaborado pela Abiec e aAssociação Nacional dos
Confinadores (Assocon) em parceria com a Confederação Nacional de Agricultura
(CNA). “Estamos aguardando a resposta da União Europeia”, diz Sampaio, da
Abiec.
MERCADO INTERNO
No mercado doméstico, a demanda continua retraída. “Em razão da queda
da renda das famílias, há cerca de um ano e meio, cresceu o consumo de carnes
de frango e suína e caiu a de carne bovina”, justifica Dallari. Segundo ele,
o aumento da arroba do boi acabou estabilizando o volume e o preço da carne no
mercado interno e externo.
“Com a acomodação dos preços, o Brasil terá condições de se
consolidar como grande fornecedor mundial de carne bovina.” Com informações
da assessoria de imprensa da SNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 12/06/2025 09:40