Porto Alegre, 10 de maio de 2021 A Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) debateu, no sábado (8), a expectativa de retirada da
vacina contra a febre aftosa no País. O tema fez parte do ciclo de discussões
que aconteceu na 86a Expozebu, promovida pela Associação Brasileira dos
Criadores de Zebu (ABCZ), em Uberaba (MG).
A coordenadora de Produção Animal da CNA, Lilian Figueiredo, destacou que
a retirada da vacina permitirá o aumento das exportações e a abertura de
novos mercados para a carne brasileira. “Temos visado mercados diferenciados.
Hoje apenas Santa Catarina tem acesso a esses mercados que tem exigência
sanitária mais restrita”.
Segundo Lilian, alguns países exigem que o Brasil seja sem vacinação
para aceitar exportações do País, como Japão e Coreia do Sul, por exemplo.
“O potencial produtivo do Brasil não se compara com outros países. Nós
temos uma produção muito grande, vários tipos de cortes e raças. Então,
temos condições de acessar esses mercados e o setor tem a expectativa de uma
valorização da nossa carne pela retirada da vacinação”.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Guilherme Leal, reforçou que o órgão
não fala em retirada, mas em substituição da vacina por um sistema de
vigilância mais ativo. “Por isso precisamos da estrutura dos órgãos de
defesa agropecuária estaduais funcionando bem”.
Sobre a estrutura dos órgãos de defesa agropecuária, Lilian Figueiredo
afirmou que um dos maiores entraves para a evolução dos estados é a questão
financeira e, que, por isso, a CNA trabalha em conjunto com o Ministério para o
desenvolvimento de ações, inclusive em contato com o Congresso Nacional para
direcionamento de recursos das emendas parlamentares para os estados.
Um dos pontos do debate foi a criação dos fundos estaduais para indenizar
os produtores por eventuais focos da doença após a retirada da vacinação.
“Como setor privado, trabalhamos com os fundos para equipar a defesa
sanitária estadual, para a compra de equipamentos com o intuito de auxiliar na
vigilância da febre aftosa e na capacidade responsiva do órgão. Fazemos
questão de acompanhar a evolução nos estados para a segurança do produtor
rural”, ressaltou Lilian.
“Além do engajamento das federações de agricultura e dos sindicatos
rurais, a questão dos fundos estaduais é primordial. É necessário ter esse
fundo para dar tranquilidade aos pecuaristas e apoiar outras ações da defesa
agropecuária nessa vigilância ativa para melhorar ainda mais”, afirmou José
Guilherme Leal.
O secretário afirmou que o Mapa tem feito várias discussões sobre os
fundos estaduais, oferecendo modelos com as melhores alternativas, mas também
está estruturando um fundo nacional. “Entendemos que tem que ser um fundo
privado e não do governo. Estamos discutindo como fazer o aporte de recursos a
esse fundo e com certeza terá que envolver também o setor de frigoríficos.
Não podemos fazer um aporte de recursos vinculado ao GTA porque isso já é a
forma de captação da maioria dos fundos estaduais”.
Sobre as ações em andamento, Lilian Figueiredo disse que a CNA está
trabalhando para que o produtor rural fique informado sobre o status do seu
estado e possa manter a vigilância após a retirada da vacinação. As ações
de capacitação dos produtores é uma parceria com o Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar).
“É um material para o produtor saber identificar sintomas clínicos e
como e quando fazer uma notificação. Isso estará dentro de um módulo de
sanidade nos cursos do Senar voltados à pecuária. Além disso, abrimos o
concurso “Pecuária Saudável”, em parceria com o Mapa e o Conselho Federal de
Medicina Veterinária, para escolher os melhores projetos e conseguir ter um
modelo que possa ser adequado nos estados em relação à febre aftosa”.
Já Leal reforçou que o ministério tem mantido os órgãos estaduais
informatizados e garantido os recursos para a continuidade dos trabalhos de
vigilância. Em âmbito nacional, Leal disse que está sendo feita uma
vigilância reforçada de fronteira. “Isso sempre em parceria com os estados
que fazem as divisas do País. Também estamos com uma capacidade laboratorial
muito boa para fazer os diagnósticos rápidos de qualquer suspeita e vamos ter
um banco de vacinas reserva que estamos estruturando junto com o setor privado
para qualquer eventual reentrada do vírus no Brasil”.
No final do mês de maio, os estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Rio
Grande do Sul e Paraná vão receber o status internacional de zona livre com
vacinação concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). As
informações partem da assessoria de comunicação da CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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