CARNE BOVINA: Preços devem se manter firmes no 2S15 – Rabobank

Porto Alegre, 06 de julho de 2015 – Os preços do boi gordo devem
permanecer firmes no segundo semestre. Porém, o espaço para altas na
entressafra segue limitado pelo fraco desempenho da demanda no primeiro
semestre. Neste momento, os fundamentos não apontam para preços muito
descolados do patamar de R$ 150 em outubro, como anteriormente previsto.

Entre janeiro e maio de 2015, as exportações brasileiras de carne
bovina recuaram 17%. Rússia e Hong Kong foram os principais responsáveis pela
queda em volume. Mesmo com a recente reabertura do mercado chinês e o já
anunciado acordo de acesso aos EUA, parece improvável que as exportações de
2015 superem os embarques registrados em 2014.

O fraco desempenho no mercado internacional, somado à desaceleração do
consumo doméstico, só não derrubou os preços da arroba do boi gordo porque o
Brasil enfrenta forte escassez de oferta de gado terminado. De acordo com o
IBGE, os abates recuaram cerca de 8% no primeiro trimestre de 2015. Como
resultado, o preço médio do boi gordo no primeiro semestre do ano foi de
R$146/@, valor ainda 21% superior ao registrado no mesmo período de 2014.

O desempenho do mercado doméstico continua limitado e já afeta os
resultados dos frigoríficos, principalmente os pequenos e médios que não
possuem acesso ao mercado externo e, consequentemente, não se beneficiam da
desvalorização do real em relação ao dólar.

Para 2015, o mercado de reposição deve continuar valorizado. O número
de animais desmamados deve retrair cerca de 10% em relação ao ano passado. Os
altos preços dos bezerros têm estimulado a retenção de fêmeas no rebanho,
o que também colabora com a diminuição da oferta de carne no curto prazo.

Porém, no médio prazo, essa tendência deverá resultar em uma maior
disponibilidade de animais jovens. Apesar das dificuldades encontradas no
mercado de reposição, o cenário de alta disponibilidade de grãos no segundo
semestre de 2015 tem elevado o número de cabeças criadas em confinamentos. Com
informações do boletim trimestral divulgado pelo Rabobank.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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